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Estudo explica ineficácia de aparelhos auditivos

04 de Fevereiro de 2003 (Bibliomed). Ausência de resultados na adaptação de aparelhos auditivos é um problema que intriga especialistas e aborrece pacientes. Os aparelhos são mini-amplificadores, que tornam os sons mais fortes para pacientes com lesões na cóclea, estrutura que transforma ondas sonoras em impulsos nervosos. Mas, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que, ao invés de lesões, algumas pessoas podem ter zonas mortas na cóclea. Nessa estrutura, cada setor é responsável pela captação de uma freqüência e, se uma determinada área estiver morta, de nada adianta amplificar o som. A distorção dos sons é o problema mais comum nesses pacientes porque, quando a área da cóclea responsável por uma freqüência está morta, o som intensificado passa por essa zona e transforma-se em impulso nervoso por uma parte da cóclea responsável por outra freqüência.

O estudo mostrou que a identificação de indivíduos com essa deficiência pode ser feita através do teste do mascaramento, administrado por um audiômetro. Segundo a fonoaudióloga Erika Yokoo Eguti, autora da pesquisa, nos pacientes que precisavam de intensidade muito forte para ouvir sons agudos, ela aplicou um ruído para impedir que as freqüências altas fossem captadas pelas zonas responsáveis pelos sons graves. Em pacientes com lesões na cóclea, um som agudo mais forte que o ruído será percebido. Mas isso não acontece com o paciente que tem zonas mortas, porque a área responsável pelos sons graves estará “bloqueada”.

Apesar de simples, o teste não é utilizado no Brasil, nem muito empregado no exterior. De acordo com Maria Cecília Iorio, professora de distúrbios da audição da Unifesp e orientadora de Erika, o teste “é algo bem novo, que poderá ajudar muito na adaptação”. Isso porque, cientes do problema, os fonoaudiólogos poderão buscar alternativas para os pacientes. E, além de evitar frustrações, a utilização do teste pode significar economia, já que os aparelhos auditivos digitais custam entre R$ 3.000 e R$ 8.000.

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