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Pesquisador defende criação de vacina para combater HPV

10 de Dezembro de 2002 (Bibliomed). “A maioria das pessoas não desenvolve lesões ou doenças, apenas transmitem o HPV porque estão infectadas”, alertou o professor José Eluf Neto, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM/USP). O Papiloma Vírus Humano (HPV) é um agente infeccioso com mais de cem variedades diferentes que provoca diversos tipos de lesão no corpo. Algumas delas, classificadas como de alto risco, são apontadas como causadoras do câncer de colo de útero em mulheres e podem ser transmitidas através de contato sexual, inclusive em relações homossexuais. O HPV também é causador de lesões na pele e, provavelmente, de câncer de pênis, vulva e anal.

Para o professor, o melhor modo de evitar as infecções e doenças decorrentes é o desenvolvimento de uma vacina. “Não se sabe se o uso de métodos de barreira nas relações sexuais, como a camisinha, evita o contágio do HPV, como acontece com o vírus da Aids. Por isso, pesquisa-se uma vacina que evite as infecções e o desenvolvimento do câncer de colo do útero”, justificou.

O câncer de colo de útero é o mais comum nos países em desenvolvimento e sua incidência no Brasil é maior nas regiões Norte e Nordeste. Em um levantamento realizado no Hospital das Clínicas da FM/USP com 150 homens, companheiros de mulheres com câncer de colo de útero e outras que não apresentavam a doença, 40% deles estavam infectados pelo vírus. Entre estes, metade apresentava o HPV 16, considerado o causador do câncer. “A doença demora muitos anos para se manifestar, o que torna mais difícil saber se o HPV foi transmitido pelo parceiro. Mas o contágio do vírus está relacionado ao comportamento sexual”, disse Eluf Neto. O câncer de pênis está associado aos HPV 16 e 18, que foi encontrado em 10% dos homens pesquisados.

“A maior parte das mulheres elimina o vírus nas relações sexuais alguns anos após adquirir a infecção, sem nenhum tratamento. O grande problema, porém, é a transmissão para a mulher de variedades que vão afetá-la mais gravemente”, explicou o professor. Em homens, o vírus está associado principalmente ao condiloma acuminado, lesão no pênis conhecida como “crista-de-galo” causada pelas variedades chamadas de baixo risco.

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