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Orlistat pode prevenir diabetes tipo 2

10 de Setembro de 2002 (Bibliomed). Uma pesquisa realizada pelo Laboratório Roche revelou que o Orlistat (Xenical®) - medicamento usado para combater a obesidade - pode ser recomendado na prevenção ou no retardo do aparecimento do diabetes tipo 2, doença que atinge 15 milhões de brasileiros. O medicamento que, segundo a Roche, já foi utilizado por aproximadamente 13,5 milhões de pessoas em 149 países, inibe a enzima lipase lipoprotéica, responsável pela absorção da gordura, e reduz em 30% a absorção de gordura dos alimentos ingeridos.

O estudo durou quatro anos e envolveu 3.304 pacientes obesos (com índice de massa corpórea igual ou superior a 30), de ambos os sexos e com idades entre 30 e 60 anos, que viviam no México, Canadá, França, Suécia, Bélgica, Alemanha, Áustria, Austrália e Brasil. Todos os pacientes fizeram mudanças saudáveis no estilo de vida, mas metade tomou Orlistat e a outra metade placebo.

Os resultados do estudo foram divulgados durante o 9º Congresso Internacional de Obesidade, que aconteceu no final do mês de agosto em São Paulo. Segundo Lars Sjöström, coordenador do Departamento de Composição Corporal e Metabolismo do Hospital Universitário Sahlgrenska, em Gothenburg, na Suécia, e responsável pelo estudo, o Orlistat revelou-se muito mais eficaz para prevenir e adiar o aparecimento do diabetes tipo 2 do que as mudanças isoladas para atitudes saudáveis de comportamento. A pesquisa demonstrou que o risco de desenvolver a doença é 37% menor nas pessoas tratadas com a associação do Orlistat do que naquelas tratadas com placebo.

O estudo mostrou, ainda, que 75% dos pacientes reduziram 5% do peso corporal em três meses e 69% perderam 10% do peso num espaço de seis meses. Eventos gastrointestinais foram observados durante o estudo, mas dentro do esperado, segundo Sjöström. Eventos adversos sérios foram registrados em 2% dos pacientes pesquisados.

O paciente que faz uso do Orlistat deve fazer exercícios físicos regulares e seguir uma dieta rigorosa, com pouca gordura. O efeito colateral mais comum é a diarréia explosiva, que a pessoa não consegue controlar. Quando a substância atua no Sistema Nervoso Central, também pode provocar taquicardia, insônia, ansiedade, irritabilidade, agressividade e tremores de extremidades. Também pode alterar a absorção de vitaminas A, D, E e K.

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