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Pesquisa mostra que acesso a tratamento é menor para hispânicos e negros

08 de Maio de 2002 (Bibliomed). Minorias raciais e étnicas não recebem tratamento igual quando os assuntos são estudos clínicos, novas terapias ou acesso a medicamentos experimentais. Essa foi a conclusão de um estudo realizado nos Estados Unidos, cujos resultados foram divulgados no New England Journal of Medicine. A pesquisa mostrou que as minorias, como hispânicos e negros, por exemplo, têm menos opções e menos acesso a novas drogas. A situação é menos complicada para os portadores do vírus HIV. Os soropositivos costumam ter oportunidades maiores em comparação às vítimas de câncer ou de problemas cardiovasculares.

Os pesquisadores consideraram 231 mil pessoas portadoras do HIV, que receberam tratamento em 1996. Entre este número, 14% participaram de investigações médicas e 24% tiveram acesso a drogas experimentais. Das vítimas com câncer abaixo de 50 anos, nos Estados Unidos, apenas 4% tiveram acesso a estudos clínicos no mesmo ano. Entretanto, o fator racial e étnico influencia até mesmo os portadores do HIV. Cerca de 49% dos brancos soropositivos receberam tratamento. Entre os hispânicos e negros, apenas 15% e 33% tiveram a mesma oportunidade.

Os resultados do estudo surpreenderam os pesquisadores envolvidos no trabalho, que se impressionaram com as disparidades entre o acesso ao tratamento e aos estudos. Um dos autores da pesquisa foi Allen Gifford, do sistema de saúde Veterans Affairs. Do grupo pesquisado, cerca de 62% eram brancos, 23% eram negros e apenas 11% eram hispânicos. As diferenças foram percebidas entre as raças e etnias mesmo quando o nível de escolaridade, o estágio da doença e a distância da residência ao centro de saúde eram os mesmos. As pessoas ouvidas no estudo são moradoras de diversos estados norte-americanos. Elas foram ouvidas três vezes no período de 1996 a 1998.

O pesquisador Allen Gifford acredita que a situação é menos complicada para os soropositivos porque as pesquisas sobre a doença vêm se desenvolvendo com rapidez e o assunto sensibiliza as autoridades de saúde. Como o HIV também tem apresentado resistência às drogas, o acesso aos novos tratamentos é mais fácil, porque os laboratórios estão com suas portas abertas.

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