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Anticoncepcional Oral Pode Dobrar o Risco de Derrame

Por Nancy Deutsch

NEW YORK, (Reuters Health) – Mulheres tomando anticoncepcionais orais com baixas dosagens de estrogênio têm o risco dobrado de derrame por isquemia quando comparadas com mulheres que não usam nenhuma forma de contraceptivos orais.

Derrames isquêmicos ocorrem quando doença arterial bloqueia o fluxo sanguíneo para parte do cérebro, causando dano cerebral.

Quando as novas preparações de anticoncepcionais orais com baixas doses de estrogênio vieram ao mercado, elas eram creditadas como sendo mais seguras do que as preparações com altas doses de estrogênio já existentes e elas são, disse o Dr. S. Claiborne Johnston do department of neurology at the University of California, em São Francisco à Reuters Health. Entretanto, os clínicos consideraram-nas virtualmente isentas de risco para derrame isquêmico e elas não são.

Enquanto o risco é maior para mulheres que tomam preparações com baixas doses de estrogênio versus aquelas que não tomam anticoncepcionais orais, o risco permanece muito pequeno, disse ele. “A questão é a sua perspectiva sobre o assunto”.

O Dr. Johnston e colegas conduziram estudos em meta-análise sobre este assunto entre Janeiro de 1960 e Novembro de 1999.

Dezesseis estudos que investigaram o risco de derrame isquêmico e o uso de contraceptivos orais foram incluídos na meta-análise publicada no The Journal of the American Medical Association.

Os pesquisadores encontraram que há 4,1 derrames a mais por 100.000 mulheres não-fumantes com pressão arterial normal em uso de contraceptivos orais com baixas dosagens de estrogênios, ou 1 derrame a mais por 24.000 de tais mulheres por ano.

Mulheres em uso de pílulas de controle de natalidade com mais estrogênio, aquelas preparações contendo mais de 50 microgramas de estrógeno, tinham quase três vezes mais risco de derrame isquêmico do que mulheres que não estavam em uso.

O Dr. Johnston relatou que sua equipe conduziu o estudo para obter mais informações que possam permitir às mulheres a tomada de decisões de uma maneira mais informada e educada, em relação ao uso ou não das preparações com baixas dosagens de estrogênio. Apesar destes resultados, “Eu digo às minhas pacientes para não se preocuparem com isto”.

Pílulas para controle de natalidade são muito mais eficazes do que quaisquer outras formas de controle de natalidade não definitivos disponíveis na atualidade.

Se os casais fossem usar preservativos ao invés de pílulas, haveria aproximadamente 687.000 gravidezes indesejadas a mais por ano nos EUA, e 33 mortes baseadas em complicações resultantes das gestações e de abortos, indica o estudo.

Esta não é uma taxa de mortalidade mais baixa do que aquela associada com o uso de contraceptivos orais, mas os impactos econômico e psicológico de gestações indesejadas é alto. “Meu sentimento é que as alternativas não são boas aos contraceptivos orais”, disse o Dr. Johnston à Reuters Health.

Em termos da prevenção de gestações indesejadas, e o relativo risco pequeno de derrame associado com o uso da pílula, “Eu acredito que seja uma boa troca. É, de verdade, um risco pequeno para a mulher comum”.

Fonte: The Journal of the American Medical Association 2000;284:72-78.

Sinopse preparada por Reuters Health

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