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03 de Dezembro de 2002 (Bibliomed). Mesmo vinte anos após a mulher ter parado de tomar anticoncepcional oral, o medicamento continua reduzindo o risco de câncer de ovário, indicou um estudo italiano. "A persistência da proteção prolongada contra o câncer de ovário oferecida pelos contraceptivos orais tem implicações importantes para a avaliação do risco individual e para a saúde pública, pois a incidência de câncer de ovário aumenta com a idade e a doença ocorre com uma freqüência cerca de dez vezes maior aos 60 anos que aos 30 anos", disseram os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Farmacológica, em Milão.
Os pesquisadores analisaram seis pesquisas anteriores, realizadas entre 1978 e 1999, no Reino Unido, na Grécia e na Itália. No total, esses trabalhos contaram com a participação de 2.768 mulheres com câncer de ovário e 6.274 sem a doença, todas com menos de 70 anos. De um modo geral, as usuárias de anticoncepcionais orais tiveram um risco 34% menor de desenvolver tumor de ovário que as não-usuárias. Cerca de 9% das pacientes com câncer de ovário usaram pílula, comparadas a 13% do outro grupo.
Os especialistas observaram, ainda, que as mulheres que tomaram pílula por mais tempo obtiveram um benefício maior que as voluntárias que nunca usaram o medicamento – quem tomou pílula por menos de cinco anos apresentou uma redução de 17% no risco de desenvolver câncer de ovário, enquanto que esse risco foi 58% menor entre as mulheres que usaram contraceptivo por cinco anos ou mais. "Essa análise, realizada com o maior grupo de dados sobre câncer de ovário já reunidos, confirma o efeito benéfico dos contraceptivos orais para o câncer de ovário e o aumento da proteção proporcional à duração do uso", disseram os pesquisadores, ao International Journal of Cancer.
Segundo a Sociedade Americana do Câncer, cerca de 23.300 norte-americanas devem receber o diagnóstico de tumor de ovário este ano, e 13.900 devem morrer em conseqüência da doença, que normalmente só é diagnosticada quando o câncer já afeta outros órgãos.
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