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EUA Enfrentam "Crise" de Saúde Mental Infantil

04 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Uma em dez crianças norte-americanas sofre de algum tipo de problema de saúde mental, mas somente 20 por cento delas estão recebendo tratamento, disse o ministro da Saúde dos Estados Unidos, David Satcher, na quarta-feira.

A sociedade está pagando pela "crise" -- através do financiamento de classes especiais nas escolas e, eventualmente, porque muitas dessas crianças acabam se tornando criminosas, disse Satcher em um relatório.

"Estamos falando de depressão, que, provavelmente, é (o problema) mais comum, mas também do distúrbio de hiperatividade com déficit de atenção e de distúrbios obsessivos-compulsivos", afirmou.

"Mas poucos desses casos que podem ser diagnosticados muito cedo são problemas que as crianças têm durante seu desenvolvimento", disse Satcher. "É evidente que a depressão maternal afeta o desenvolvimento das crianças, assim como a violência dos pais e mães", acrescentou o ministro da Saúde.

O relatório, que está disponível na Internet no endereço http://www.surgeongeneral.gov, faz um apelo por uma revisão de como a saúde mental em crianças é tratada, desde o treinamento de professores e médicos para identificá-la até o desenvolvimento de mais pesquisas e a aplicação desses estudos na prática.

"Precisamos de um sistema que nos ajude a reconhecer os problemas precocemente", avaliou Satcher.

Isso vai custar dinheiro, alertou o ministro da Saúde. "Acredite em mim, nós (já) estamos pagando o preço", destacou Satcher.

"Quando nós não reagimos, em muitos casos, as crianças são jogadas no sistema de Justiça juvenil", disse Satcher. Ou elas acabam em classes especiais em escolas ou em instituições de saúde.

"O peso do sofrimento de crianças com necessidades de saúde mental e suas famílias criou uma crise de saúde nesse país", afirmou Satcher no relatório.

Os números são enormes, de acordo com o relatório, resultado de uma reunião de especialistas realizado em Washington, em setembro.

"Nos Estados Unidos, uma em dez crianças e adolescentes sofre de doença mental grave o suficiente para causar algum grau de incapacidade. Além disso, em qualquer ano, estima-se que menos de uma em cinco dessas crianças recebe tratamento necessário", afirmou o relatório.