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31 de julho de 2025 (Bibliomed). Pesquisadores da Universidade de Melbourne revelaram que viver repetidamente eventos climáticos extremos, como enchentes, incêndios florestais e ciclones, está associado a impactos negativos duradouros na saúde mental. O estudo, publicado na revista The Lancet Public Health, acompanhou mais de 1.500 australianos expostos a pelo menos um desastre entre 2009 e 2019 e comparou seus resultados com os de quase 4 mil pessoas que não passaram por essas experiências.
Os resultados indicam que, quanto mais frequentes os desastres enfrentados - especialmente quando ocorrem em períodos curtos, como de um a dois anos -, maiores são os níveis de sofrimento psicológico e mais lenta é a recuperação. Crianças nascidas atualmente, por exemplo, podem enfrentar até sete vezes mais desastres ao longo da vida do que as gerações anteriores.
Diante desses achados, os autores sugerem que médicos da atenção básica comecem a incluir perguntas sobre histórico de desastres em suas consultas e que os serviços de emergência considerem os efeitos cumulativos dessas experiências em seus planos de recuperação.
O estudo destaca a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes para apoiar comunidades afetadas por crises ambientais frequentes, com foco especial na saúde mental e na resiliência coletiva.
Em um mundo cada vez mais afetado pelas mudanças climáticas, cuidar da mente se torna tão essencial quanto reconstruir casas e infraestruturas.
Fonte: The Lancet Public Health. DOI: 10.1016/S2468-2667(25)00097-0.
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