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27 de outubro de 2025 (Bibliomed). Uma revisão publicada na revista The Lancet Digital Health analisou 101 estudos que treinam inteligência artificial (IA) para reconhecer infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) a partir de fotos de lesões de pele. O entusiasmo vem dos números: em uma meta-análise de 55 estudos, os algoritmos atingiram alta sensibilidade e especificidade para mpox (antiga varíola dos macacos) — 97% e 99%, respectivamente — e também para escabiose (95% e 97%). Na prática, isso significa grande capacidade de acertar diagnósticos e evitar falsos alarmes em testes laboratoriais.
Mas há um “porém”. A maioria dos trabalhos (85%) usou bancos de imagens públicos, frequentemente com cenários controlados e pouca variedade de contextos. Os autores apontam lacunas de qualidade, como descrição incompleta de como as imagens foram rotuladas, pouco detalhamento de validação pública, falta de comparações padrão (benchmarking) e análises de viés insuficientes. Resultado: o desempenho impressiona no laboratório, mas pode não se repetir em consultórios, triagens e populações diversas.
Outro dado importante: 88% dos estudos focaram em mpox, enquanto escabiose, herpes, sífilis e molusco receberam bem menos atenção — o que limita a generalização. A mensagem final é de otimismo cauteloso: a IA tem potencial real para detecção precoce e ampliar o acesso à triagem, desde que sejam criados repositórios padronizados e diversos de imagens e protocolos claros de avaliação. Até lá, autodiagnóstico por foto não substitui consulta e testes clínicos.
Palavras-chave:
Fonte: The Lancet Digital Health. DOI: 10.1016/j.landig.2025.100894.
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