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24 de outubro de 2025 (Bibliomed). Um grande estudo de longo prazo do Reino Unido acompanhou participantes desde o nascimento (1958) até os 50 anos para entender como experiências adversas na infância (ACEs) — como abuso, negligência e conflitos familiares — se relacionam com a saúde na meia-idade. A análise reuniu dados de 16.321 pessoas da National Child Development Study e avaliou 14 tipos de ACEs e 11 desfechos de saúde autorreferidos aos 50 anos.
Os resultados mostram que as ACEs não afetam todos os problemas de saúde da mesma forma. As maiores associações apareceram para dor intensa e pior saúde mental, em homens e mulheres. Entre os homens expostos a ACEs, a proporção com dor intensa foi de 8,7% (vs 4,9% sem ACEs) e com pior saúde mental, 10,5% (vs 6,7%). Entre as mulheres, dor intensa ocorreu em 11,2% (vs 7,5%) e pior saúde mental em 19,1% (vs 12,6%). Pessoas com quatro ou mais ACEs tiveram riscos ainda maiores. Por outro lado, enxaqueca, rinite/alergia, problemas de visão e problemas de pele não mostraram associação com ACEs.
O estudo sugere que políticas públicas e cuidados clínicos devem combinar intervenções de amplo espectro — para reduzir o impacto das adversidades ao longo da vida — com ações direcionadas às vulnerabilidades mais afetadas, especialmente dor e saúde mental. Também reforça a importância de atenção informada por trauma, apoio familiar e escolar, e identificação precoce de crianças em risco. Como limitações, os autores citam o uso de medidas autorreferidas e perdas de seguimento; ainda assim, os achados oferecem um mapa mais preciso para prevenção e tratamento na meia-idade.
Fonte: JAMA Netw Open. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2025.25708.
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