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11 de julho de 2025 (Bibliomed). Pessoas que têm dificuldade para reduzir a ingestão de carboidratos podem culpar o DNA antigo ainda presente nos humanos, sugere um estudo realizado no Jackson Laboratory for Genomic Medicine, nos Estados Unidos.
Os humanos carregam várias cópias do gene da amilase salivar (AMY1), que ajuda a quebrar o amido na boca e é o primeiro passo na digestão de alimentos ricos em carboidratos, como pão e macarrão. A duplicação desse gene pode ter ocorrido há mais de 800.000 anos, muito antes do advento da agricultura, e ajudou a moldar a adaptação humana aos alimentos ricos em amido.
Para o estudo, os pesquisadores analisaram a genética de 68 corpos humanos antigos, incluindo uma pessoa que viveu há 45.000 anos na Sibéria. Eles descobriram que os caçadores-coletores pré-agrícolas carregavam em média de quatro a oito cópias AMY1 em sua composição genética, sugerindo que as pessoas já haviam se adaptado a comer alimentos ricos em amido muito antes de começarem a cultivar alimentos como trigo e batatas.
Duplicações do gene AMY1 também foram encontradas em ancestrais humanos antigos, como neandertais e denisovanos, o que sugere que o gene AMY1 pode ter se duplicado pela primeira vez há mais de 800.000 anos, bem antes de os humanos se separarem dos neandertais e muito antes do que se pensava anteriormente.
Os autores explicam que essas duplicações iniciais do gene AMY1 permitiram que os humanos se adaptassem a dietas mutáveis, já que o consumo de amido aumentou drasticamente com o advento de novas tecnologias e estilos de vida. À medida que os humanos se espalharam pelo mundo, a flexibilidade no número de cópias do AMY1 permitiu que eles se adaptassem a novas dietas, dependendo do ambiente ao seu redor.
A agricultura alterou ainda mais a genética humana. Os agricultores europeus observaram um aumento no número médio de cópias do gene AMY1 nos últimos 4.000 anos, provavelmente impulsionado por suas dietas ricas em amido.
Fonte: Science. DOI: 10.1126/science.adn0609.
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