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Eventos estressantes na infância e na meia-idade ligados a biomarcadores de Alzheimer

03 de setembro de 2024 (Bibliomed). Um estudo recente, publicado na revista Annals of Neurology, revelou que eventos estressantes na infância e na meia-idade estão associados a um maior risco de desenvolver demência na velhice. A pesquisa, que envolveu 1.290 pessoas com risco aumentado de desenvolver a doença de Alzheimer, analisou 18 eventos estressantes e os momentos da vida em que ocorreram.

Os pesquisadores coletaram amostras de líquido espinhal de 393 participantes para buscar proteínas anormais – chamadas amiloide e tau – que estão associadas ao Alzheimer. Eles também examinaram sinais de inflamação cerebral e volume de matéria cinzenta, essencial para o pensamento e processamento de informações.

O estudo descobriu que eventos estressantes na infância e na meia-idade estavam ligados a biomarcadores biológicos do Alzheimer, mas não houve associação com a redução da matéria cinzenta. Esses biomarcadores podem indicar que esses períodos da vida são particularmente vulneráveis aos efeitos do estresse no cérebro.

A infância é um período de desenvolvimento cerebral significativo, e o estresse nessa fase pode ter efeitos duradouros, aumentando o risco de Alzheimer. Na meia-idade, os biomarcadores de Alzheimer começam a se acumular no cérebro, o que pode explicar por que esse também é um período crítico.

Além disso, o estudo mostrou que eventos estressantes totais estavam associados a biomarcadores de amiloide, inflamação cerebral e diminuição da matéria cinzenta, mas apenas em indivíduos com histórico de transtornos psiquiátricos. Isso sugere que pessoas com esses transtornos são mais suscetíveis aos efeitos negativos do estresse.

Diferenças de gênero também foram observadas: eventos estressantes estavam associados à redução da matéria cinzenta em mulheres, mas não em homens, e aos biomarcadores de tau em homens, mas não em mulheres.

Os resultados indicam a importância de identificar indivíduos em maior risco para intervenções precoces, como mudanças no estilo de vida, que podem ajudar a reduzir os efeitos negativos dos eventos estressantes.

Fonte: Annals of Neurology. DOI: 10.1002/ana.26881.

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