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12 de feveriro de 2025 (Bibliomed). Um estudo inovador revelou que sinais de inflamação durante a gravidez podem influenciar o desenvolvimento cerebral e a memória dos filhos até 50 anos depois. Pesquisadores analisaram dados de uma coorte acompanhada por mais de cinco décadas e descobriram que a atividade imunológica materna durante a gestação afeta de forma diferente homens e mulheres, com maior impacto em mulheres após a menopausa.
A pesquisa, publicada na revista Molecular Psychiatry, mostrou que níveis elevados de marcadores inflamatórios, como IL-6 e TNF-a, em mães grávidas estavam associados a alterações na atividade cerebral dos filhos, especialmente em áreas relacionadas à memória. Esses efeitos foram detectados tanto na infância, aos sete anos, quanto na meia-idade.
O estudo destaca que as mulheres expostas a altos níveis de inflamação no útero também apresentaram maior estado inflamatório na meia-idade, o que pode predispor a distúrbios de memória, como o Alzheimer. Essa pesquisa é um passo importante para compreender as origens fetais de doenças neurodegenerativas e como o ambiente uterino pode influenciar a saúde ao longo da vida.
Os cientistas ressaltam que a gravidez não é determinística. Exposições ambientais e intervenções ao longo da vida desempenham um papel crucial na saúde cerebral. Compreender os fatores de risco e resiliência é essencial para desenvolver estratégias de prevenção e manutenção da função cognitiva na idade adulta.
O próximo passo será identificar biomarcadores que possam prever disfunções de memória e explorar como outros períodos, como a puberdade, afetam o envelhecimento cerebral.
Fonte: Molecular Psychiatry. DOI: 10.1038/s41380-024-02798-w.
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