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Sinais do início de Alzheimer podem ser vistos no tronco cerebral

08 de outubro de 2021 (Bibliomed). Certas mudanças em uma parte do tronco cerebral, visíveis em exames, podem ser um indicador potencial da doença de Alzheimer, sugere um novo estudo da Harvard Medical School.

Usando diferentes técnicas de imagem cerebral, os pesquisadores descobriram que a menor "integridade" na região do tronco cerebral estava ligada a um declínio mais rápido na memória e no pensamento em adultos mais velhos, bem como certas mudanças cerebrais vistas no início do Alzheimer.

Esta é a mais recente em um amplo esforço para encontrar "biomarcadores" que possam ajudar no diagnóstico precoce de Alzheimer. Biomarcadores podem ser medidas para detectar de forma confiável uma doença - uma substância no sangue ou um achado de varredura do cérebro, por exemplo.

Hoje, a maioria das pessoas com Alzheimer são diagnosticadas com base em avaliações de sua memória, raciocínio e outras habilidades de pensamento. No entanto, os pesquisadores estão trabalhando para entender melhor o processo da doença subjacente e, ao longo do caminho, encontrar biomarcadores que detectem o Alzheimer mais cedo.

Potencialmente, existem várias maneiras de fazer isso - incluindo imagens do cérebro e medição de certas substâncias no líquido cefalorraquidiano ou no sangue. Algumas dessas ferramentas já estão sendo estudadas e, em alguns casos, utilizadas no atendimento ao paciente.

O estudo se concentrou em uma área do tronco cerebral conhecida como locus coeruleus, ou LC. Estudos anteriores, de autópsias cerebrais, indicaram que o LC é o primeiro local no cérebro a ser atingido por um acúmulo anormal de tau. Tau é uma proteína presente nas células cerebrais saudáveis. Mas versões anormais de tau - aquelas que se aderem a outras proteínas tau - também podem se formar. Em pessoas com Alzheimer, o cérebro fica crivado de "emaranhados" de tau, bem como de "placas", que são aglomerados anormais de outra proteína chamada amiloide.

Ao contrário do acúmulo de amiloide, que é visto mais tarde na vida, o acúmulo de tau geralmente começa cedo. Na verdade, a pesquisa sugere que cerca de metade das pessoas de 30 a 40 anos têm acúmulo de tau no LC. Mas se isso é realmente parte de um processo de doença não está claro.

Os resultados são baseados em 174 adultos mais velhos, a maioria com saúde cognitiva. Todos tinham exames de ressonância magnética para avaliar a "integridade" do LC. Não é possível, explicam os autores, medir diretamente o tau no LC por causa de seu tamanho pequeno. Contudo, os avanços recentes na tecnologia de ressonância magnética permitem uma medida da integridade da área, o que pode refletir o acúmulo de tau.

Além dessas varreduras de ressonância magnética, os participantes também foram submetidos a imagens PET. Lá, o objetivo era encontrar qualquer acumulação de tau e amiloide em outras áreas do cérebro implicadas no processo inicial de Alzheimer. Finalmente, sua memória e outras habilidades de pensamento foram testadas repetidamente por até oito anos.

Juntando todas essas informações, os pesquisadores descobriram que, no geral, a menor integridade do LC foi relacionada ao acúmulo de tau em uma área do cérebro envolvida na memória chamada córtex entorrinal. A menor integridade do LC também foi associada a um declínio mais rápido nas habilidades de raciocínio dos participantes do estudo.

Os autores explicam que isso não prova que o acúmulo de tau no LC dá início a todo o processo, nas identifica a integridade do LC como um marcador potencial para prever o declínio relacionado ao Alzheimer.

Mesmo que o Alzheimer não tenha cura, é considerado crítico ter marcadores precoces que identifiquem de forma confiável as pessoas em uma trajetória em direção à doença. Por um lado, os marcadores podem ser usados ??para identificar os participantes de ensaios clínicos que testam novos tratamentos para Alzheimer.

Fonte: Science Translational Medicine. DOI: 10.1126/scitranslmed.abj2511.

Copyright © 2021 Bibliomed, Inc.

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