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Idosos também podem ser viciados em alimentos ultraprocessados

14 de julho de 2023 (Bibliomed). Alimentos ultraprocessados, como biscoitos, salgadinhos e refrigerantes, são geralmente associados a crianças ou pessoas jovens. Contudo, um estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, mostrou que cada vez mais adultos com idade entre 50 e 80 anos estão mostrando desejo quase incontrolável por esses alimentos.

O estudo envolveu 2.163 pessoas acima dos 50 anos que responderam a um questionário com 13 perguntas. O objetivo era medir se e com que frequência os entrevistados apresentavam sinais de dependência de doces, salgadinhos, bebidas açucaradas e fast food. Esses indicadores incluem desejos intensos, incapacidade de reduzir a ingestão e sinais de abstinência.

Os entrevistados tiveram que relatar a experiência de pelo menos dois dos 11 sintomas de dependência para atender aos critérios, bem como sofrimento significativo relacionado à alimentação ou problemas de vida várias vezes por semana. Esses são os mesmos critérios usados para diagnosticar problemas relacionados ao vício em álcool, tabaco e outras substâncias viciantes.

Desejos intensos foram o sintoma viciante mais comumente relatado na pesquisa. Cerca de 24% disseram que pelo menos uma vez por semana sentiam um desejo tão forte de comer um alimento altamente processado que não conseguiam pensar em mais nada. Cerca de 19% disseram que pelo menos duas a três vezes por semana tentaram e não conseguiram reduzir ou parar de comer esses tipos de alimentos. Cerca de 12% disseram que seu comportamento alimentar lhes causava muito sofrimento pelo menos duas a três vezes por semana.

As mulheres tinham um número maior de dependência desses alimentos do que os homens, especialmente aquelas na faixa dos 50 e 60 anos. Os adultos mais velhos com excesso de peso ou com problemas de saúde mental ou isolamento também apresentaram porcentagens muito mais altas de possível dependência de alimentos processados.

Segundo os pesquisadores, os profissionais de saúde precisam entender que os desejos e comportamentos em relação à comida estão enraizados na química do cérebro e na hereditariedade, e que algumas pessoas podem precisar de ajuda adicional, assim como precisariam para parar de fumar ou beber. Os autores sugerem que os médicos devem rastrear esses hábitos alimentares viciantes, para que os pacientes possam obter encaminhamentos para aconselhamento nutricional ou programas que ajudem a lidar com a alimentação viciante.

Fonte: University of Michigan National Poll on Healthy Aging. DOI: 10.7302/6792.

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