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Risco de convulsão aumenta em seis meses após Covid-19

31 de março de 2023 (Bibliomed). Ter Covid-19, mesmo que na forma leve, pode aumentar o risco de ter uma convulsão nos próximos seis meses, sugere um grande novo estudo realizado na Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram registros eletrônicos de saúde de pacientes em 59 organizações de saúde, principalmente nos Estados Unidos. Os investigadores identificaram mais de 150.000 pessoas que foram diagnosticadas com Covid-19 entre 2020 e 31 de maio de 2021 e as compararam com o mesmo número de pacientes diagnosticados com influenza.

Os pesquisadores combinaram os dois grupos para serem semelhantes quanto à idade, raça e prevalência de condições crônicas de saúde, como doenças cardíacas, diabetes, asma e obesidade.

No geral, os pacientes com Covid-19 tinham maior probabilidade de serem diagnosticados com convulsão em seis meses: quase 0,8% eram, contra 0,5% dos pacientes com gripe. O mesmo aconteceu com a epilepsia, que normalmente é diagnosticada depois que uma pessoa teve duas ou mais convulsões: 0,3% dos pacientes com Covid-19 foram diagnosticados com epilepsia, contra 0,17% dos pacientes com gripe.

Quando os pesquisadores se aprofundaram, não encontraram nenhuma diferença clara nas taxas de convulsões entre pacientes hospitalizados com Covid-19 ou gripe. A diferença concentrou-se entre os não internados.

Para pessoas com Covid-19 menos grave, os pesquisadores especulam que as convulsões podem envolver algum tipo de resposta do sistema imunológico que promove inflamação nas semanas após a doença. O momento das convulsões torna isso plausível: entre os pacientes não hospitalizados, o risco de convulsão atingiu o pico 41 dias após a infecção, contra nove dias entre os pacientes hospitalizados.

A infecção por Covid-19 também teve uma relação mais forte com convulsões em crianças do que em adultos. Das crianças de 16 anos ou menos que tiveram Covid-19, 1,3% foram diagnosticadas com convulsão ou epilepsia nos próximos seis meses, contra 0,7% das crianças que tiveram gripe.

Fonte: Neurology. DOI: 10.1212/WNL.0000000000201595.

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