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14 de dezembro de 2022 (Bibliomed). Os negros são duas vezes mais propensos do que os brancos a serem diagnosticados com doença de Alzheimer e outras demências. Da mesma forma, os hispânicos são cerca de 1,5 vezes mais propensos do que os brancos a ter a doença de Alzheimer e outras demências. No entanto, uma pesquisa mostrou que esses pacientes são a minoria dos participantes em estudos de medicamentos contra a doença.
O donepezil e o aducanumab são duas drogas comumente utilizadas no tratamento da doença d Alzheimer, mas as evidências de como esses medicamentos funcionam para pacientes negros e hispânicos são muito escassas, porque poucos foram incluídos nos ensaios clínicos dos medicamentos.
O donepezil, por exemplo, tem sido amplamente prescrito há anos, mas sua eficácia em pessoas de diferentes raças e etnias é desconhecida devido à falta de diversidade em seus ensaios clínicos originais. A distribuição racial dos participantes do estudo foi 95% branca, 3% negra e 2% outras raças.
Essa falta de diversidade tem consequências no mundo real para pacientes que tomam medicamentos que só foram testados em populações brancas. Limita a generalização dos resultados e dificulta a compreensão das pessoas sobre como a droga funciona em todos os grupos raciais e étnicos.
Quando uma pesquisa perguntou a pessoas de origens raciais diversas por que hesitavam em participar de ensaios clínicos para a doença de Alzheimer, 22% dos entrevistados disseram acreditar que não seriam tratados de forma justa, enquanto 24% não confiavam em pesquisas médicas. No entanto, quando uma pesquisa fez a mesma pergunta a um grupo de entrevistados brancos, esses números foram de 3% e 10%, respectivamente. Outro fator que afeta a participação em ensaios clínicos é que os pacientes negros e hispânicos normalmente são diagnosticados com doença de Alzheimer mais avançada, além do ponto em que seriam elegíveis para ensaios clínicos de novos medicamentos.
Os pesquisadores ressaltam que, infelizmente, a falta de diversidade não é apenas um problema para a pesquisa de Alzheimer. Nos Estados Unidos, as minorias representam menos de 10% dos participantes em ensaios clínicos, o método mais comum de avaliação de ferramentas de diagnóstico, tratamentos medicamentosos e dispositivos médicos. Mas 42% da população dos EUA é composta por pessoas que se identificam como não-brancas. Para garantir que os estudos representem a ampla população afetada pela doença, um esforço por mais diversidade entre os participantes vem crescendo em instalações de pesquisa nos Estados Unidos, tentando conscientizar essa população sobre a importância de participar de ensaios clínicos para descobrir mais sobre doenças e tratamentos.
Fonte: U.S. Centers for Disease Control and Prevention.
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