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Atletas negros e brancos devem ser examinados de formas diferentes

29 de março de 2012 (Bibliomed). Médicos que estejam examinando atletas, em busca de problemas cardíacos letais, devem levar diferenças étnicas em conta. De acordo com o estudo desenvolvido no Reino Unido, diretrizes específicas para diferentes etnias ajudariam na minimização de resultados falso-positivos.

A parada cardíaca súbita em atletas é rara. Cerca de um entre 44.000 deles morrem desta causa a cada ano. Mas casos que envolvem pessoas mais conhecidas na mídia (como o do jogador Fabrice Muamba) levaram à examinação obrigatória de outros profissionais do ramo. Porém, mesmo para médicos com experiência na área, eletrocardiogramas podem ser complicados, e as taxas de falso-positivo podem atingir 20%.

Quando os resultados do exame são positivos o atleta não precisa parar de competir, mas existe a necessidade do acompanhamento médico e os riscos da condição diagnosticada podem ter um efeito emocional forte no paciente.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo descobriram que os exames feitos de acordo com as diretrizes de 2010 da Sociedade Européia de Cardiologia renderam 45% de eletrocardiogramas anormais entre atletas negros, e apenas 13% de resultados semelhantes entre brancos. A diferença entre as taxas entre brancos e negros fornece mais evidências de que atividades atléticas causam maiores mudanças nos corações de esportistas negros do que em esportistas brancos.

Para o estudo, os cientistas analisaram eletrocardiogramas de 923 atletas negros, 1711 atletas brancos e 209 pacientes com cardiomiopatia hipertrófica (a principal causa de morte súbita em esportistas jovens). Os critérios modificados dos pesquisadores reduziram os resultados de falso-positivo em 5% para atletas negros e 5% para atletas brancos.

“Os resultados do nosso estudo indicam que a extrapolação dos critérios (da Sociedade Européia de Cardiologia) derivados somente de estudos (brancos) para indivíduos negros resultarão em um número enorme de atletas tendo eletrocardiogramas falso-positivos, tornando o exame de prevenção completamente não prático nesse grupo”, explica o pesquisador Dr. Nabeel Sheikh, da St Geroge’s University, na Inglaterra.

“Porém, se nós aplicarmos os nossos critérios refinados, nós podemos levar em conta interpretações específicas de inversão de Onda T e também remover aquelas anormalidades (benignas) que atletas negros normalmente desenvolvem, e nós podemos reduzir o número de eletrocardiogramas positivos significativamente”, completa.

Fonte: American College of Cardiology 2012, 24 a 27 de março em Chicago, EUA.

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