Notícias de saúde

Crianças com autismo nem sempre entendem a linguagem corporal

09 de agosto de 2022 (Bibliomed). Ser capaz de ler e responder à linguagem corporal de alguém é importante em nossas interações diárias com as outras pessoas. Perceber e entender o que significa quando uma pessoa se inclina para uma conversa ou dá um passo para trás e cruza os braços é uma parte vital da comunicação humana. Pesquisadores do Del Monte Institute for Neuroscience da Universidade de Rochester descobriram que crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA) nem sempre processam os movimentos do corpo de forma eficaz, especialmente se estiverem distraídas por outra coisa.

Usando exames de eletroencefalograma (EEG), os pesquisadores registraram as ondas cerebrais de crianças com e sem autismo enquanto assistiam a vídeos de pontos em movimento que foram organizados para se parecerem com uma pessoa. Nesses vídeos, os pontos se moviam para representar ações como correr, chutar ou pular, e às vezes eram girados em direções diferentes ou misturados para não se mover mais como uma pessoa. Os jovens de seis a 16 anos foram convidados a se concentrar na cor dos pontos ou se os pontos se moviam como uma pessoa. Os pesquisadores descobriram que as ondas cerebrais de crianças com autismo não eram processadas quando os pontos se moviam como uma pessoa se estivessem focados na cor dos pontos. Foram avaliados crianças e adolescentes com TEA, comparando a uma coorte de controle de participantes neurotípicos (NT).

Essas descobertas sugerem que, quando crianças com autismo se distraem com outra coisa, seus cérebros processam os movimentos de outra pessoa de maneira diferente de seus pares. Juntos, esses dados sugerem que os indivíduos com TEA são capazes de discriminar, com atenção explícita, o movimento biológico do não biológico, mas demonstram especificidade neural automática diminuída para o processamento do movimento biológico, o que pode ter implicações em cascata para o desenvolvimento da cognição social de ordem superior.

Segundo os atores, se o cérebro das crianças com TEA está processando menos os movimentos do corpo, elas podem ter mais dificuldade em entender outras pessoas e precisam prestar atenção extra à linguagem corporal para conseguir “enxergá-la”. Entender esta ocorrência pode ajudar a orientar novas maneiras de apoiar pessoas com autismo. Esta pesquisa é um passo vital na criação de um espaço mais inclusivo para pessoas com autismo, dando uma ideia de como seu cérebro processa uma parte não falada da comunicação.

Fonte: Fonte: Molecular Autism. DOI: 10.1186/s13229-022-00512-7.

Copyright © 2022 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários