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Cesariana aumenta a mortalidade infantil?

01 de novembro de 2021 (Bibliomed). Em muitos países, as taxas de parto cesáreo (PC) têm aumentado. O uso crescente desse procedimento tem sido parcialmente impulsionado pela preferência clínica e materna, e não por motivos médicos. Os partos cesáreos não indicados aumentam os custos e potencialmente introduzem danos; os efeitos deste tipo de parto não indicado nos resultados de saúde do bebê e da criança permanecem obscuros.

Pesquisadores conduziram um estudo de coorte de base populacional no Brasil relacionando dados de rotina sobre nascidos vivos entre 1º de janeiro de 2012 e 31 de dezembro de 2018 e avaliando a mortalidade até 5 anos de idade. As mulheres com um filho nascido vivo que contribuíram com registros durante este período foram classificadas em um dos 10 grupos de Robson com base em suas características de gravidez e parto. Foram usados os escores de propensão para combinar partos cesáreos com partos vaginais (1: 1) e parto cesáreo pré-trabalho de parto com parto cesáreo não programado (1: 1) e associações estimadas com mortalidade infantil usando regressões de Cox. Um total de 17.838.115 nascidos vivos foram analisados.

Nos resultados, nascidos vivos de mulheres do grupo 1 a 4 de Robson (grupos com baixas taxas esperadas de PC) que receberam um PC DC tiveram uma taxa de mortalidade 25% maior nos primeiros 5 anos de vida em comparação com os nascidos de parto normal.

Nem o PC pré-trabalho (em comparação com o PC não programado) nem o PC repetida (em comparação com a vaginal) (Robson grupo 5) mostraram uma associação estatisticamente significativa com a mortalidade até os 5 anos de idade. Os nascimentos com apresentação não cefálica, múltiplos (gêmeos ou trigêmeos) ou prematuros (grupos de Robson 6 a 10) tiveram risco reduzido de morte se nascidos por PC em vez de por via vaginal.

O estudo sugere que, no Brasil, o PC está associado a um risco aumentado de mortalidade infantil, a menos que haja uma indicação clara para o procedimento. O estudo pode ajudar mulheres grávidas e seus provedores a tomar decisões informadas sobre se um parto cesáreo é apropriado para elas.

Fonte: PLOS Medicine. DOI: 10.1371/journal.pmed.1003791.