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São Paulo, 30 de abril de 2001 (eHealthLA). Durante a audiência pública da CPI da Mortalidade Materna, realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramg), Arlindo de Almeida, informou que cerca de 377 partos de cirurgia cesariana são realizados no País por ano.
Ele levantou a informação entre os 40 milhões de brasileiros que possuem plano de saúde, o correspondente a quase 1/4 da população. As cesarianas ocorrem por três motivos: exigência da própria parturiente, comodidade médica, e preço mais alto da cirurgia cesariana. Conforme informou a CPI, 60% dos partos feitos através de planos privados de saúde são por cesariana, enquanto pelo SUS somam 30% do total.
Quando e porque fazer
Segundo o obstetra Antônio Rubino de Azevedo, da Universidade Federal de São Paulo, as indicações para preferir uma cesariana são bastante claras e levam em consideração os riscos de um parto normal.
"A cirurgia deve ser feita quando há sofrimento da mãe ou do bebê", explica. Isso pode ocorrer por alterações nas contrações, hipertensão da mãe, trabalho de parto muito prolongado e até incompatibilidade entre o tamanho da criança e a bacia da mulher.
Dados do IBGE mostram que em média, 2 em cada 5 partos feitos no Brasil são cesarianas. Se em países europeus as cesarianas são feitas apenas quando a mulher ou o bebê correm riscos, no Brasil ela virou artigo de consumo. Na maioria dos países de Primeiro Mundo, cerca de 10 por cento dos partos são cirúrgicos.
Aqui a porcentagem chega a ser sete vezes maior em hospitais privados. O trabalho de parto demora, em média, 6 horas, enquanto que a cesariana 20 minutos. Ou seja, enquanto acompanha uma única mulher, o médico poderia operar 18 outras. Para muitos, é perda de tempo e de dinheiro. "A mulher pede, o médico cede", lamenta Antônio.
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