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Jovens se alimentam mal mesmo na gravidez

16 de Outubro de 2002 (Bibliomed). A gravidez na adolescência está associada a um aumento de risco de parto prematuro, crianças com baixo peso ao nascer e mortalidade infantil. Isso pode ser explicado, em parte, pela alimentação da jovem grávida. Uma pesquisa realizada recentemente com 1.181 mães, com idades entre 10 e 19 anos, no pós-parto imediato em maternidades públicas e privadas do Rio de Janeiro, mostrou que a maioria ingeriu quantidade inferior ao ideal de ferro (87%), folato (47,1%) e cálcio (83,8%) durante a gestação. Das 1.181 mães, 590 apresentavam um consumo energético inferior ao recomendado.

Mesmo grávidas, as adolescentes preservam o hábito de lanches ricos em açúcar e gorduras, substituindo, por exemplo, o leite ou o suco de frutas pelo refrigerante, que ocupou na pesquisa o 7º lugar entre os alimentos mais consumidos. “Os resultados foram coerentes com as mudanças no padrão da alimentação da população nos últimos anos, destacando-se o aumento no consumo de carnes, de laticínios, de açúcar refinado e a diminuição de legumes, verduras e frutas”, disse Denise Barros, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pelo estudo.

Segundo a pesquisadora, o acompanhamento pré-natal, principalmente a partir do 1º trimestre de gestação, é um contribuinte fundamental para a melhora da saúde e nutrição das gestantes, em especial adolescentes. Denise ressaltou que as jovens não devem seguir à risca a recomendação de que “mulher grávida tem que comer por dois”. Isso porque, quando a gestante ganha muito peso além do previsto, aumentam os riscos para sua saúde e a do bebê, podendo ocorrer a macrossomia (peso muito alto do bebê ao nascer), o parto cesariano e a retenção de peso da mãe após a gestação. Na pesquisa, 9,7% das meninas ingeriram mais proteínas do que recomendado e 13,3% delas ultrapassaram o limite máximo de consumo energético.