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Crítica materna aumenta o risco de depressão grave em crianças

30 de março de 2021 (Bibliomed). Mães que criticam muito seus filhos podem aumentar o risco de depressão grave nas crianças. É o que sugere estudo apresentado na Anxiety and Depression Association of America (ADAA) Conference 2021, que ocorreu entre 18 e 19 de março de 2021, virtualmente.

Os investigadores descobriram que o nível de crítica expressa das mães diagnosticadas com transtorno depressivo maior (TDM) em relação a seus filhos também depressivos foi preditivo de quais crianças teriam os sintomas depressivos mais elevados durante o acompanhamento.

Embora uma história materna de transtorno depressivo maior seja um dos fatores de risco mais fortes para o desenvolvimento de depressão, a maioria dos indivíduos com história familiar positiva não desenvolve depressão, observam os pesquisadores.

Os pesquisadores exploraram se as críticas maternas moderam o impacto da depressão materna nas trajetórias de sintomas depressivos de seus filhos ao longo de um período de 2 anos. O estudo incluiu 251 pares mãe-filho. Das mães, 129 tinham histórico de TDM durante a vida da criança e 122 não tinham histórico de transtornos depressivos. As crianças participantes tinham idades entre 8 e 14 anos no início do estudo; 51% eram meninas e 81% eram brancos.

A Structured Clinical Interview for the DSM-IV Axis I Disorders foi usada para avaliar a história de psicopatologia da vida das mulheres. Além disso, as mães foram solicitadas a falar por 5 minutos sobre seu filho. Essa amostra de fala foi então codificada pelos pesquisadores para exemplos de discurso crítico ou crítica de emoção expressa.

Exemplos de discurso crítico incluíram: "Não gosto disso no meu filho" ou "não nos damos bem" ou "é impossível lidar com meu filho, odeio quando ele faz isso, discutimos o tempo todo", falas que demonstram que havia algo fundamentalmente errado na relação mãe-filho.

Os sintomas depressivos nos filhos foram avaliados usando o Children's Depression Inventory na avaliação inicial e depois nas visitas de acompanhamento de 6, 12, 18 e 24 meses. Os resultados mostraram que as críticas maternas foram preditivas de quais filhos de mães com histórico de TDM teriam os sintomas depressivos mais elevados durante o acompanhamento.

Filhos de mães com TDM que eram críticas apresentaram níveis significativamente mais altos de depressão no início do estudo do que filhos de mães com TDM que não eram críticas ou do que filhos de mães não deprimidas. Além disso, os níveis de crítica materna continuaram a ser preditivos de níveis mais elevados de sintomas depressivos até 17 meses após a avaliação inicial.

Fonte: Anxiety and Depression Association of America (ADAA) Conference 2021. March 18- 19, 2021.