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24 de março de 2021 (Bibliomed). O Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, criticou as nações ricas por buscarem inocular suas populações inteiras contra COVID-19 à custa de vidas em países mais pobres, descrevendo a distribuição desigual de vacinas como "se tornando mais grotesca a cada dia".
De acordo com Ghebreyesus, “os países que agora vacinam pessoas mais jovens e saudáveis ??com baixo risco de doença, o fazem à custa de profissionais de saúde, idosos e outros grupos de risco em outros países". A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva na segunda-feira (22/03). "Os países mais pobres do mundo se perguntam se os países ricos realmente querem dizer o que dizem quando falam sobre solidariedade".
Em meados de janeiro, Tedros advertiu que o mundo está "à beira de um fracasso moral catastrófico", cujo preço seriam as vidas e meios de subsistência nos países mais pobres do mundo. Na época, mais de 39 milhões de doses da vacina foram administradas a cerca de 49 países mais ricos, enquanto uma nação mais pobre administrou apenas 25.
Dados do projeto Our World In Data da Universidade de Oxford apontam que, até a última semana, já foram administradas cerca de 500 milhões de doses, sendo aproximadamente 124 milhões nos EUA e 75 milhões na China. Em comparação, países como Nigéria e as Bahamas administraram 8.000 e 110 doses, respectivamente.
Em doses por 100 pessoas, Israel liderou o mundo com 112,52. A Nigéria, com uma população de mais de 200 milhões, estava em zero e as Bahamas e o Vietnã estavam com 0,03 doses. A COVAX, a iniciativa liderada pela OMS para fornecer acesso equitativo às vacinas, despachou nessa cerca de 31 milhões de doses para 57 nações participantes, incluindo Gana, Brasil, Uganda, Mali, Malauí e outros.
Tedros alertou na segunda-feira que essa distribuição injusta não era simplesmente um fracasso moral, mas também estava equivocada, com as nações ricas tentando comprar "uma falsa sensação de segurança" correndo para inocular toda a sua população. Segundo ele, enquanto o vírus circular em todos os lugares, novas variantes podem surgir, o que afetará o comércio e o turismo, dificultando a recuperação econômica de vários países. Sem nomear nenhuma nação, Tedros apelou a eles que, se eles não compartilhavam as vacinas pelos "motivos certos", então o fizessem "por interesse próprio".
A pandemia de COVID-19 já vitimou 124.218.483 em todo o mundo, levando 2.764.668 à morte. No Brasil, segundo contabilização do Consórcio de Imprensa, já foram registrados 12.130.079 infecções e 298.676 mortes.
Fonte: World Health Organization. Press conference. March 22, 2021.
Copyright © 2021 Bibliomed, Inc.
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