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06 de janeiro de 2021 (Bibliomed). A infecção pelo novo coronavírus pode causar uma lesão nervosa nas cordas vocais capaz de levar algumas pessoas em recuperação de COVID-19 sofrem misteriosos ataques de falta de ar durante meses após se livrarem do vírus.
As cordas vocais devem se contrair nas vias respiratórias enquanto se fala, vibrando no ar que passa para criar o som de sua voz. Quando a pessoa não está falando, as cordas vocais se retraem para permitir que o ar flua mais livremente para os pulmões. Contudo, em alguns pacientes, o COVID-19 parece danificar o nervo que regula a fala, fazendo com que as cordas vocais impeçam a respiração mesmo quando não se está falando.
O nervo vago sai do cérebro e controla a voz, a respiração, a tosse e o ato de engolir. Pesquisas anteriores mostraram que uma lesão do nervo vago pode fazer com que as cordas vocais não se retraiam, impedindo o fluxo de ar. Os pesquisadores explicam que se o nervo vago foi rompido por um vírus, ele não funcionará normalmente e uma das manifestações é falta de ar com ou sem tosse.
Segundo pesquisadores do Hospital Mount Sinai, nos Estados Unidos, esses sintomas confundiram médicos porque os exames mostravam a infecção viral tinha desaparecido e os exames de imagem não mostravam lesão pulmonar duradoura. Para verificar se as cordas vocais poderiam estar envolvidas no processo, os pesquisadores realizaram um exame no qual uma pequena câmera foi introduzida no nariz de pacientes curados do COVID-19, mas que apresentavam falta de ar. As imagens mostraram que as cordas vocais dessas pessoas não estavam funcionando corretamente.
A boa notícia é que essa alteração pode ser tratada com treinamento respiratório, uma série de exercícios destinados a melhorar a função dos músculos respiratórios. Além disso, os especialistas recomendam mudanças na dieta, evitando-se alimentos altamente ácidos que podem interferir podem irritar o nervo vago, incluindo bebidas com sabor de latas ou garrafas, frutas cítricas, molho de tomate, vinagre e vinho.
Para os pesquisadores, pacientes com COVID-19 que continuam a ter falta de ar persistente, mesmo depois que seus outros sintomas tenham desaparecido, devem discutir essa possibilidade com seu médico.
Fonte: International Journal of Pulmonary & Respiratory Sciences. DOI: 10.19080/IJOPRS.2020.04.555641.
Copyright © 2021 Bibliomed, Inc.
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