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Rinovírus poderia ajudar a prevenir o COVID-19?

18 de setembro de 2020 (Bibliomed). Sabe-se que o rinovírus, o vírus que causa o resfriado comum, é capas de impedir que o vírus da gripe infecte as vias respiratórias, iniciando as defesas imunológicas do corpo. Agora, pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, buscam determinar se o rinovírus pode oferecer efeitos protetores semelhantes contra o COVID-19.

Em uma análise de mais de 13.000 pacientes com sintomas de infecção respiratória, aqueles que tinham rinovírus não foram infectados simultaneamente com o vírus da gripe - mesmo durante os meses em que ambos os vírus estavam ativos. A descoberta pode ajudar a explicar porque um aumento esperado de casos de gripe H1N1, previsto para a Europa no outono de 2009, nunca ocorreu. De acordo com os pesquisadores, é possível que o vírus H1N1 não tenha conseguido infectar quem já tinha o resfriado comum, que era comum na época.

Para este estudo, os analisaram amostras nasais e da garganta coletadas de 13.707 pessoas com evidências de infecção respiratória. Pouco mais de 7% das amostras testaram positivo para o rinovírus, enquanto pouco menos de 7% tinha infecção por influenza A confirmada. Apenas 12 pessoas na população do estudo tinham evidências dos dois vírus simultaneamente.

Para testar como o rinovírus e o vírus da gripe interagem, os pesquisadores criaram o tecido das vias aéreas humanas com células epiteliais, que revestem as vias aéreas do pulmão e são o principal alvo dos vírus respiratórios, cultivados a partir de células-tronco. Depois que o tecido foi exposto ao rinovírus, o vírus da gripe não conseguiu infectar o tecido porque as defesas antivirais das células já estavam ativadas antes da chegada do vírus da gripe.

O rinovírus desencadeou a produção do interferon antiviral natural nas células. O interferon é parte da resposta inicial do sistema imunológico à invasão de patógenos, cujo efeito protetor dura pelo menos cinco dias.

As descobertas podem permitir aos pesquisadores prever melhor como os vírus respiratórios se espalham e encontrar novas maneiras de combatê-los na ausência de vacinas, disseram os pesquisadores, que enfatizaram que não é possível determinar se a propagação sazonal anual do resfriador comum terá impacto semelhante no COVID-19.

Fonte: The Lancet Microbe. DOI: 10.1016/S2666-5247(20)30128-2.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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