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SÃO FRANCISCO (Reuters Health) - O simples fato de ser mulher aumenta o risco de pacientes cardíacas sofrerem lesões cerebrais ou derrames após uma cirurgia de ponte de safena, de acordo com dois estudos apresentados durante encontro anual da American Society of Anesthesiologists, em São Francisco.
Um trabalho constatou que as mulheres tiveram níveis de oxigenação cerebral mais baixos que os homens durante cirurgia.
Isso poderia explicar por que elas têm maiores chances que os homens de apresentar problemas de memória após uma cirurgia de peito aberto, de acordo com Fu-Sun Yao, do centro Médico Weill Cornell, em Nova York. Algumas pesquisas verificaram que um terço dos pacientes safenados pode ter esse problema.
No estudo, a equipe de Yao usou um aparelho relativamente novo -- o oxímetro cerebral de infravermelho -- para acompanhar os níveis de oxigenação cerebral desde pouco antes da anestesia até o fim da cirurgia. Os pesquisadores estudaram 90 homens e 66 mulheres.
Os valores mais baixos, tanto antes quanto durante a operação, foram das mulheres, que tiveram índices significativamente mais baixos que os homens. As mulheres também precisaram de mais dias de tratamento intensivo (em média 7,8 dias comparados a 3,1 dias dos homens) e tiveram uma permanência total no hospital maior, 14 dias contra 8,4 dias dos homens.
Os casos de delírios, coma e derrames também foram mais comuns entre mulheres. Segundo Yao, com o monitoramento seria possível aumentar melhorar o suprimento de oxigênio para mulheres durante a cirurgia.
No segundo estudo, a equipe de Charles W. Houge, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, acompanhou 1.072 mulheres safenadas e verificou que 30 (2,8 por cento) tiveram um derrame depois da operação.
O maior fator de risco isolado para derrame pareceu ser um derrame anterior e 50 por centro das mulheres que tiveram derrame após a cirurgia já tinham tido um derrame antes.
Ter artérias obstruídas em grau moderado ou severo também aumenta o risco de derrame. Esses fatores de risco fazem sentido, mas o especialista lembra que, nessas mulheres, o risco de derrame é 40 vezes maior que na população em geral.
É um risco "astronomicamente" maior, disse o especialista a Reuters Health.
Hougue não sabe por que as mulheres são mais propensas a ter um derrame após a ponte de safena, mas observou que geralmente as mulheres operadas são mais velhas que os homens submetidos ao mesmo procedimento e muitas tinham pressão alta, diabete e outras doenças que poderiam predispor à obstrução arterial e, em conseqüência, ao derrame.
Sinopse preparada por Reuters Health
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