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Por que alguns cães têm olhos tristes?

24 de julho de 2019 (Bibliomed). Os donos de cães conhecem o visual: seu bichinho fica olhando para você com os olhos tristes arregalados e você não pode resistir a dar-lhe um abraço ou um carinho favorito. Um novo estudo da anatomia facial do cão sugere que podemos ter ajudado a criar essa expressão, favorecendo os caninos com “olhos de cachorrinho” ao longo de milhares de anos de evolução do cão.

Em um novo trabalho, os pesquisadores dissecaram a cabeça de quatro lobos e seis cães, concentrando-se em seus rostos. Eles identificaram duas diferenças notáveis: o músculo levantador do ângulo do olho, que levanta as sobrancelhas, era altamente desenvolvido em todos os cães, mas mal desenvolvido em lobos. E todos os cães, exceto um husky siberiano - uma raça antiga - ostentavam um robusto músculo retrator anguli lateralis, que alarga os olhos puxando as pálpebras em direção aos ouvidos. Este músculo estava praticamente ausente nos lobos.

Combinados, os dois músculos permitem que os cães expressem os olhos grandes e tristes, relata a equipe de pesquisadores na Proceedings of the National Academy of Sciences. E, de fato, quando os pesquisadores pediram que estranhos se aproximassem de vários cães de abrigo e lobos domesticados, os cães produziam o olhar triste - conhecido cientificamente como “o movimento AU101” - em média cinco vezes mais e com muito mais intensidade do que os lobos fizeram.

Os investigadores suspeitam que no início da evolução dos cães os seres humanos eram mais propensos a cuidar de caninos com esse olhar, talvez porque os lembrasse dos grandes olhos dos bebês humanos. Esses cães tinham mais filhotes, e assim os músculos que impulsionam grandes olhos se espalham através das populações de cães. Assim, os cães foram moldados durante o curso da domesticação, tanto em seu comportamento quanto em suas características anatômicas. Mesmo hoje em dia, os cães com este visual têm maior probabilidade de encontrar um lar. A próxima pergunta: se outros animais domésticos, como gatos, têm a mesma estratégia.

Fonte: PNAS. DOI: 10.1073/pnas.1820653116.

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