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Lúpus

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste artigo:

- Introdução
- Tipos
- Causas e diagnóstico
- Sintomas
- Tratamento

Introdução

Lúpus Erimatoso Sistêmico, ou simplesmente Lupus, é uma doença autoimune inflamatória que faz com que o sistema imunológico ataque as células saudáveis do corpo, especialmente articulações, olhos, rins, coração, cérebro, pulmões olhos e pele. É considerada a principal causa de internação hospitalar entre as doenças reumáticas.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, estima-se que cerca de 65 mil pessoas convivam com Lupus no Brasil. A doença pode afetar pessoas de qualquer idade, raça ou sexo, mas é mais comum em mulheres entre 15 e 45 anos. Aproximadamente 35% dos adultos com lúpus possuem algum comprometimento renal no momento do diagnóstico, e até 50% dos pacientes apresentam uma condição chamada nefrite lúpica nos primeiros 10 anos da doença.

Tipos

Existem dois tipos principais de Lúpus:

Lúpus cutâneo: se manifesta através de manchas na pele, geralmente avermelhadas e eritematosas, principalmente em regiões do corpo que ficam expostas à luz solar, como o rosto, orelha, colo e braços.

Lúpus sistêmico: afeta um ou mais órgãos internos, especialmente pele, articulações, coração, rins e pulmões, provocando diferentes sintomas de acordo com os locais afetados.

Há, ainda, dois tipos menos comuns de lúpus:

Lúpus induzido por medicamentos: ocorre devido a uma inflamação temporária causada pelo uso prolongado de alguns tipos de medicamentos, como hidralazina, procainamida e isoniazida. É mais comum em homens e, normalmente, os sintomas desaparecem poucos meses após o término do uso do remédio.

Lúpus neonatal: considerado um dos tipos mais raros de lúpus, afeta recém-nascidos filhos de mães com lúpus. É causado pela passagem de anticorpospatogênicos da mãe para o feto.

Causas e diagnóstico

Apesar de as causas do Lúpus não serem conhecidas, sabe-se que fatores hormonais, genéticos e ambientais estão envolvidos em seu desenvolvimento. Assim, algumas pessoas nascem com a predisposição genética para desenvolver a doença, e em algum momento de suas vidas, com a interação com fatores ambientais, como infeções virais ou por outros tipos de micro-organismos, medicamentos, doenças ou irradiação solar, passam a apresentar alterações imunológicas.

A principal alteração imunológica é o desequilíbrio na produção de anticorpos, que passam a atacar o organismo e a causar inflamações em diversas partes do corpo.

O diagnóstico do Lúpus é feito a partir do reconhecimento médico dos sintomas, combinados com alterações em exames de sangue e urina.

Sintomas

Por afetar várias partes do organismo, o Lúpus pode se manifestar de diferentes maneiras, sendo as mais frequentes:

Lesões na pele: ocorrem na grande maioria dos casos ao longo da evolução da doença. As lesões são manchas avermelhadas, com ou sem eritemas, especialmente no nariz e maçãs do rosto, que não deixam cicatrizes. Podem ocorrer, também, lesões discoides em áreas expostas à luz solar e que podem deixar cicatrizes com atrofia e manchas na pele. O paciente pode apresentar vasculite, que é a inflamação de pequenos vasos, que geram manchas vermelhas e dolorosas nas pontas dos dedos das mãos ou dos pés. Pessoas com lúpus também podem ser muito sensíveis ao sol.

Lesões articulares: podem ocorrer dor e inchaço nas juntas, especialmente nas mãos, punhos, joelhos e pés.

Inflamação em membranas: podem ocorrer no pulmão (pleuris) e no coração (pericardite), sendo relativamente comuns, e podendo ser assintomáticas ou se manifestar através de doe no peito, ao respirar, tosse seca, palpitações e falta de ar.

Inflamação nos rins: cerca de 50% dos pacientes com lúpus apresentam nefrites, que podem resultar em pressão alta, inchaço nas pernas, diminuição e alteração no aspecto da urina. É um dos sintomas que mais preocupam, pois, se não for tratado a tempo e de forma adequada, pode evoluir para insuficiência renal (quando o rim para de funcionar), e o paciente ter que fazer diálise ou transplante renal.

Alterações no sangue: podem ocorrer anemia (quando as hemácias forem afetadas); diminuição de células brancas (leucopenia ou linfopenia); ou diminuição de plaquetas (plaquetopenia). Pacientes com esses problemas podem apresentar palidez, cansaço, aumento do fluxo menstrual, hematomas e sangramento das gengivas.

Alterações neuro-psiquiátricas: apesar de menos frequentes, pacientes com lúpus podem ter convulsões, alterações de humor e comportamento, depressão, e alterações em nervos periféricos e da medula espinhal.

Tratamento

O tratamento do Lúpus varia conforme os sintomas apresentados pelo paciente. Os tratamentos mais utilizados envolvem:

Medicamentos anti-inflamatórios: usados em casos de sintomas como dor, inchaços ou febre.

Medicamentos antimaláricos: ajudam a evitar o desenvolvimento dos sintomas em alguns casos.

Medicamentos corticoides: reduzem a inflamação dos órgãos afetados.

Medicamentos imunossupressores: reduzem a ação do sistema imune e alivia os sintomas.

É fundamental que o paciente diagnosticado com Lúpus faça o acompanhamento médico correto, seguindo todas as orientações deste profissional.

Copyright © Bibliomed, Inc. 12 de maio de 2021.