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31 de março de 2020 (Bibliomed). As condições coexistentes de saúde, incluindo hipertensão, têm sido consistentemente relatadas como sendo mais comuns entre pacientes com COVID-19 que sofreram doença grave, foram admitidos na unidade de terapia intensiva, receberam ventilação mecânica ou morreram do que entre os pacientes com doença leve. Há preocupações de que o tratamento médico prévio dessas condições coexistentes, incluindo o uso de inibidores do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA), poderia ter contribuído para os resultados adversos à saúde observados. Assim, muitos médicos e pacientes optaram pela substituição de medicamentos inibidores do SRAA que vinham sendo usados no tratamento da hipertensão.
Um novo artigo acaba de ser publicado como um relato especial na edição eletrônica da revista The New England Journal of Medicine em 30/03/2020, procurando colocar a situação sob uma perspectiva científica.
Segundo o artigo, a enzima de conversão da angiotensina 2 (ECA2), uma enzima que contraria fisiologicamente a ativação do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA), é o receptor funcional do SARS-CoV-2, o vírus responsável pela pandemia de COVID -1. Estudos pré-clínicos selecionados sugeriram que os inibidores do SRAA poderiam aumentar a expressão da ECA2, levantando preocupações sobre sua segurança em pacientes com COVID -19. Dados insuficientes estão disponíveis para determinar se essas observações se traduzem prontamente em seres humanos, e nenhum estudo avaliou os efeitos dos inibidores do SRAA na COVID -19.
Ensaios clínicos estão em andamento para testar a segurança e eficácia dos moduladores de SRAA, incluindo ECA2 humano recombinante e bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA) losartana na COVID -19.
Segundo o artigo, a retirada abrupta de inibidores do SRAA em pacientes de alto risco, incluindo pacientes com insuficiência cardíaca ou infarto do miocárdio, pode resultar em instabilidade clínica e resultados adversos à saúde.
Até que dados adicionais estejam disponíveis, o artigo recomenda que os inibidores do SRAA devam ser mantidos em pacientes em condições estáveisque estejam sob risco, ou que estejam sendo avaliados, ou mesmo entre portadores de COVID -19.
Fonte: NEJM. March 30, 2020. DOI: 10.1056/NEJMsr2005760.
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