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Neste Artigo:
- O Estudo
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"Pacientes infectados com HIV com pneumonia causada pela bactéria Pneumocystis
carinii (PCP - Pneumonia por Pneumocystis carinii) - a infecção oportunista mais comum
entre pessoas com Aids - estão quase duas vezes mais propensos a sobreviver à
insuficiência respiratória grave se receberem terapia de ventilação mecânica do que
ocorria de cinco a oito anos atrás".
O Estudo
A descoberta significa que os médicos precisam levar em consideração essas melhoras de
resultados quando tomarem decisões em iniciar ou suspender a ventilação mecânica
desses pacientes. Chama-se ventilação mecânica ao uso de aparelhos para manter um
paciente respirando; é uma técnica usada em Unidades de Terapia Intensiva.
Existe a crença geral de que a ventilação mecânica para insuficiência respiratória
neste paciente apresenta uma taxa de sobrevida muito baixa e, portanto, não é indicada.
Este estudo pode ajudar a desmentir este conceito.
Segundo publicado no número de agosto de 2000 da revista American Journal of Respiratory
and Critical Care Medicine pelo Dr. J. Randall Curtis, professor associado de Medicina
Universidade de Washington, em Seattle, foram avaliados os registros hospitalares de 1.660
pacientes HIV positivos acima de 18 anos que receberam atendimento para PCP entre janeiro
de 1995 e dezembro de 1997 em mais de 70 hospitais em Nova York, Los Angeles, Miami,
Chicago, Seattle, Tennessee e Arizona.
Resultados
Cerca de 14 por cento dos pacientes foram admitidos em uma unidade de terapia intensiva
(UTI) durante sua estadia no hospital e 9 por cento receberam ventilação mecânica para
insuficiência respiratória. A equipe de pesquisadores destacou que dos pacientes que
receberam ventilação por menos de duas semanas, quase 40 por cento sobreviveram e foram
liberados do hospital - comparados com a taxa de sobrevivência estimada mais baixa de
cerca de 20 por cento entre 1992 e 1995.
Eles também descobriram que enquanto as taxas de sobrevivência de PCP com ventilação
mecânica caíram para 17 por cento se o tratamento durasse mais de duas semanas, este
número também é mais alto do que indicaram estudos anteriores. O Dr. Curtis e seus
colegas acreditam que, para famílias e pacientes que estão enfrentando a decisão de
aceitar o ventilador, os dados podem sugerir que a sobrevivência é melhor do que se
pensava anteriormente.
Os resultados do estudo foram, de uma forma, surpreendentes, pois, na realidade,
esperava-se um resulta oposto ao encontrado. "Acredito que o ponto importante a se
observar é que, enquanto as terapias anti-retrovirais fizeram uma enorme diferença,
estamos observando pessoas que foram infectadas pela PCP - de modo que este é, em grande
parte, um grupo para quem os anti-retrovirais não estão funcionando ou eles não estão
tomando os anti-retrovirais, talvez porque eles não estejam inclusos no sistema de
atendimento médico, eles não sabem que têm HIV ou eles decidiram não tomar os
medicamentos", disse Curtis.
"Eles podem estar em um grupo total de pessoas muito mais doentes, aqueles que
desenvolvem PCP, e portanto você deveria esperar que suas taxas de sobrevida seriam mais
baixas. Mas não foi isso que descobrimos - na verdade eles estão se saindo melhor do que
no início da década de 90", acrescentou Curtis.
Assim, tanto os médicos, pacientes e familiares do paciente deveriam estar à par dessa
informação da taxa de sobrevida, para tomar uma decisão de tratamento acertada.
Copyright © 2002 Bibliomed, Inc.
14
de Janeiro de 2002.
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