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Debate de obras cinematográficas ajuda estudantes de psiquiatria no aprendizado

19 de julho de 2012 (Bibliomed). O cinema é uma grande fonte de conhecimento, e estudantes de medicina podem se beneficiar muito com as obras da sétima arte. Filmes que abordam distúrbios psiquiátricos ilustram os transtornos, facilitando o aprendizado.

Na Universidade Federal de Minas Gerais, é ministrada uma disciplina optativa no curso de medicina que debate filmes cujos personagens sofrem de transtornos mentais, como O Silêncio dos Inocentes e O Talentoso Ripley. De acordo com o professor Humberto Corrêa, que já atuou como crítico de cinema, “os filmes permitem uma ilustração quase perfeita de muitos dos quadros psiquiátricos. Numa aula tradicional, os alunos poderiam ter uma dificuldade maior em captá-los”.

Já o professor Fernando Neves acredita que a disciplina pode atrair estudantes para a prática da psiquiatria. “Dizem que o exercício da Medicina é uma espécie de arte, onde se traduz em objetividade aquilo que os pacientes nos dizem de forma subjetiva. Tentamos fazer isso na nossa disciplina”.

Nas aulas, os alunos assistem a filmes indicados pelos professores, escrevem relatórios e debatem a obra com os colegas. Esse exercício os ajuda a desenvolver habilidades de síntese e análise de casos.

A análise dos filmes também beneficia os estudantes porque apesar de os diagnósticos psiquiátricos terem critérios objetivos, eles exigem interpretação e subjetivação do profissional.

Apesar de as obras cinematográficas feitas sobre o tema abordarem corretamente a condição e representarem bem os preconceitos enfrentados pelo paciente, é preciso ter cuidado ao relacionar-las com a realidade. Neves explica que “na verdade, o cinema, habitualmente, não descreve bem os transtornos psiquiátricos, já que às vezes prefere relatar casos que têm uma evolução incomum. Como exemplo, lembro do filme Uma Mente Brilhante, que retrata a vida de um paciente esquizofrênico que ganha o prêmio Nobel”. Nesse caso, o filme pode levar o público leigo a acreditar que seja comum que pacientes de esquizofrenia tenham inteligência acima do normal.

A disciplina Psicopatologia e Cinema é oferecida desde 2011. Apesar de já ter encerrado suas atividades deste ano, ela volta a ser ministrada no primeiro semestre de 2013.

Fonte: Saúde Informa, nº21 – Ano III – julho de 2012

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