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Velocidade da caminhada e força de aperto da mão podem ser fatores de risco de derrames e de demência

25 de abril de 2012 (Bibliomed). Testes clínicos de velocidade da caminhada e força de aperto da mão do paciente podem ajudar médicos a preverem riscos de derrames e de demência.

De acordo com a pesquisadora Erica Camargo, do Boston Medical Center (nos Estados Unidos) “testes muito simples, que podem ser feitos por qualquer clínico em qualquer ambiente de consultório, podem ajudar a determinar os riscos que o paciente tem de desenvolver demência ou sofrer um derrame anos antes de a doença se manifestar”.

A fragilidade e o desempenho físico dos membros inferiores estão associados ao aumento do risco de demência, mas até o desenvolvimento desse estudo não se sabia como isso poderia impactar pessoas na meia idade.

Os pesquisadores avaliaram 2.410 pessoas com idade média de 62 anos. Foram feitos testes de ressonância magnética, velocidade de caminhada, força de aperto de mão e função cognitiva.

Ao longo do acompanhamento de 11 anos do estudo, 34 dos pacientes desenvolveram demência e 79 sofreram derrames. Indivíduos que mostraram ter velocidades mais baixas de caminhada tinham riscos 50% maiores de desenvolverem demência, quando comparadas a quem tinha velocidades mais altas. Andar mais devagar também mostrou estar associado a menor volume cerebral e desempenhos baixos em testes de memória e linguagem.

Quanto ao aperto de mão, pessoas com mais força mostraram ter riscos 42% mais baixos de sofrerem derrame ou ataque isquêmico transitório. Porém, para pessoas com menos de 65 anos esse quesito não teve a mesma relevância. Mais força na mão também foi um indicativo de maior volume cerebral e melhor desempenho em testes cognitivos.

Os resultados impressionaram os pesquisadores. “Se esses testes pudessem ser feitos rotineiramente, como em exames físicos anuais, a informação poderia em junção à consideração de outros fatores de risco, ajudar clínicos gerais a decidirem quais pacientes devem ser encaminhados a um neurologista para avaliação precoce e possíveis intervenções clínicas”, explica Camargo.

Mais pesquisas sobre o tema são necessárias para que os estudiosos consigam entender a relação entre esses fatores e as doenças.

A pesquisa foi apresentada na 64ª reunião anual da American Academy of Neurology.

Fonte: American Academy of Neurology 64th Annual Meeting, New Orleans April 2012. Abstract #2402.

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