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Propaganda influencia má alimentação de jovens

15 de abril de 2011 (Bibliomed). Pesquisa realizada com jovens do Amazonas mostrou que as elevadas taxas de obesidade encontradas no estado podem estar relacionadas às propagandas de alimentos veiculadas por emissoras de televisão abertas. Maria Emilia de Oliveira Pereira Abbud, autora da pesquisa, diz que mesmo não sendo um pólo produtor de alimentos industrializados, a região é atingida pelas mensagens televisivas. “Boa parte das propagandas veiculadas se refere a alimentos classificados no grupo dos óleos, gorduras, açucares e doces. Todos alimentos densamente calóricos”, afirma.

A partir de propagandas televisivas gravadas diariamente entre setembro de 2008 e fevereiro de 2009, Abbud analisou a quantidade e a qualidade dos alimentos veiculados nas propagandas exibidas pelas principais redes de canal aberto de Manaus. “Pudemos observar que a maior quantidade dos comerciais é veiculada no período noturno, quando a audiência é elevada”, diz.

Depois, esses mesmos vídeos foram exibidos a 30 alunos de diversos cursos da Universidade Federal do Amazonas, com idade entre 18 e 23 anos, que avaliaram os sentimentos que as propagandas suscitaram. Os mais citados foram satisfação, prazer e alegria. A autora excluiu alunos de comunicação da pesquisa por considerar que esses já possuíam conhecimentos teóricos sobre o assunto.

Após essa fase, a pesquisadora passou a investigar os hábitos de compra de alimentos e hábitos alimentares dos adolescentes, com idade entre 14 e 17 anos, relacionando-os à ocorrência de sobrepeso e obesidade. Participaram desta fase do estudo 94 adolescentes de ambos os sexos. Os resultados mostraram que 11,7% dos adolescentes apresentaram sobrepeso e 7,4% estavam obesos. “Dentre os alimentos consumidos semanalmente por mais de 50% dos adolescentes estão bolachas doces e salgadas, batata frita, bolo, macarrão, pipoca e lasanha”, diz.

Maria Emilia concluiu que a propaganda influencia os hábitos alimentares dos jovens, fazendo com que esses consumam mais alimentos industrializados e menos alimentos saudáveis. Segundo a pesquisadora, é preciso uma maior atenção das autoridades no controle dessas propagandas, pois isso pode ajudar no combate à obesidade.

Fonte: Agência USP, 13 de abril de 2011

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