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Declínio cognitivo e depressão são comuns em pessoas com neurocisticercose

22 de julho de 2010 (Bibliomed). Mais de 50% dos pacientes com neurocisticercose apresentam declínio cognitivo, e a ocorrência de depressão e demência também são comuns nessas pessoas infectadas com a forma larvária do parasita responsável pela teníase, segundo levantamento da Academia Brasileira de Neurologia. Publicada recentemente na revista americana Neurology, a pesquisa é o primeiro trabalho a avaliar de forma sistemática os perfis de pacientes com neurocisticercose, doença parasitária do sistema nervoso central mais frequente no mundo (estima-se que atinja cerca de 50 milhões de pessoas, sobretudo nas América Latina, África e Ásia).

Analisando os escores cognitivos de 122 pessoas - 45 delas com neurocisticercose ativa (inflamações originadas da morte e degeneração do parasita no sistema nervoso) e sem tratamento; 49 pacientes controle; e outros 28 pacientes com epilepsia criptogênica -, os pesquisadores observaram declínio cognitivo em mais de 50% dos pacientes com neurocisticercose. Esse grupo apresentou, ainda, quadros depressivos (27,5%) e demenciais (12,5%). E, especificamente entre os pacientes que não desenvolveram demências, o prejuízo cognitivo abrangeu 45% dessas pessoas.

"Devido a outras alterações decorrentes da neurocisticercose, ainda não é possível dizer a causa exata desse declínio cognitivo, apenas fazer especulações", pontua o neurologista Daniel Ciampi de Andrade, líder do estudo. Apesar disso, o médico explica que os testes realizados excluíram qualquer possibilidade de o declínio cognitivo e de a demência estarem relacionados a quadros de epilepsia ou algum uso medicamentoso.

Ao compararem os dados dos diferentes grupos, os especialistas descobriram que pacientes com neurocisticercose apresentavam significativa diminuição nas funções executivas, memória verbal, praxia construtiva (habilidade para reproduzir um determinado modelo visual apresentado) e fluência verbal ante o grupo controle. Confrontados com grupo portador de epilepsia, os pacientes com neurocisticercose demonstraram alteração nas funções executivas, fluência verbal, praxia construtiva e de orientação visual-espacial.

Prevenção

Em humanos, esta enfermidade pode se dar pela ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos viáveis da Taenia solium, ou larvas do parasita que podem se alojar na musculatura de bovinos e suínos que são hospedeiros intermediários. Por isso, para evitar a doença, é recomendado comer carnes sempre bem passadas e provenientes de locais inspecionados pelos órgãos de vigilância sanitária, beber somente água tratada e lavar bem os alimentos antes do consumo.

Fonte: Trixe Comunicação Empresarial. Press release. 21 de julho de 2010.

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