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Avaliação clínica do delirium

09 de maio de 2007 (Bibliomed). O delirium é um distúrbio psiquiátrico de instalação súbita, o qual atinge especialmente pacientes idosos hospitalizados por causas diversas. Caracteriza-se por uma alteração no nível de consciência, ou seja, o paciente com quadro de delirium passa a falar coisas desconexas, não reconhece os familiares, não sabe dizer onde está e nem que dia ou ano é aquele.

Um recente editorial publicado na revista BMJ em Abril de 2007 aborda justamente os aspectos clínicos relacionados com o delirium. Na publicação, o autor procurou enfatizar as causas, o diagnóstico e tratamento do delirium, bem como sua diferenciação com a demência. Destaca-se que, apesar de vivermos em mundo onde a tecnologia de exames sofisticados é usualmente empregada na detecção das doenças, o diagnóstico de delirium é clínico, ou seja, baseia-se nos sintomas do paciente.

Uma história de hospitalização, na qual o doente apresentou queda da capacidade cognitiva de forma abrupta, flutuação do nível de consciência, problemas de memória e comportamento estranho e desorganizado praticamente fecham o diagnóstico de delirium. Os fatores mais comumente implicados na ocorrência do delirium são infecções, uso de drogas, cirurgias e infarto do coração.

Porém, o autor ressalta que algumas vezes a diferenciação do delirium com os quadros demenciais é difícil. Uma história de declínio gradual e progressivo da capacidade cognitiva, memória e comportamento estranho falam a favor de demência. Assim, um dos aspectos mais importantes na diferenciação das duas doenças é o tempo de instalação da sintomatologia.

O tratamento para o delirium consiste no uso de medicação sedativa, analgésicos em caso de dor e controle das intercorrências eventualmente verificadas durante a internação hospitalar. Após o controle do quadro e alta hospitalar, os sintomas desaparecem e geralmente não há seqüelas graves.

Fonte: BMJ 2007; 334 (21 April). doi:10.1136/bmj.39183.447338.3A