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Nova técnica para diagnóstico de tuberculose infantil vai salvar vidas e reduzir custos públicos

25 de Junho de 2003 (Bibliomed). A dificuldade de identificar a tuberculose – um dos mais sérios problemas de saúde pública no mundo, que atinge cerca de 1,3 milhão de crianças por ano – em pessoas com menos de 15 anos, levou uma equipe de pesquisadores de Recife a dar início a um estudo pioneiro sobre a eficiência e a viabilidade da utilização de técnicas imunológicas e de biologia molecular no diagnóstico da doença. Os primeiros resultados da pesquisa devem ser divulgados no fim deste ano. Se a viabilidade dos testes for comprovada, além do diagnóstico exato e precoce, os custos no sistema público de saúde poderão ser reduzidos.

A principal diferença entre a biologia molecular e os métodos normalmente utilizados para detectar a doença, tanto em crianças quanto em adultos, é a sua capacidade de detectar a presença do bacilo causador da tuberculose, o Mycobacterium tuberculosis, em diversos estágios da doença. “As imagens radiológicas pulmonares podem não apresentar alterações ou serem confundidas com outras infecções respiratórias, e os testes laboratoriais raramente são positivos em relação à bactéria, principalmente em crianças com menos de 5 anos”, explicou a coordenadora da pesquisa, a pediatra e pesquisadora do Departamento de Imunologia do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CpqAM), unidade da Fiocruz no Recife, Haiana Schindler.

Uma equipe de 13 pesquisadores do CPqAM, do Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vai colher e analisar amostras de 90 pacientes das enfermarias e ambulatórios do Imip, Hospital das Clínicas da UFPE e Hospital Barão de Lucena (HBL). A pesquisa do DNA da bactéria através de uma técnica chamada PCR (Reação em Cadeia de Polimerase) também será testada. Vários tipos de amostras biológicas (como sangue, lavado gástrico, líquido cefalorraquidiano, entre outras), dependendo da forma clínica apresentada pelo paciente, serão avaliados.

Outro método que será testado verifica e quantifica substâncias chamadas citocinas – proteínas liberadas pelo organismo na presença de antígenos (componentes da bactéria que estimulam a produção de anticorpos no organismo) específicos do bacilo da tuberculose – nas amostras de sangue coletadas dos pacientes. Altos níveis dessa proteína indicam que o paciente está infectado pelo bacilo causador da doença.

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