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Modelos são magras de nascença

24 de Fevereiro de 2003 (Bibliomed). Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) põe por terra o mito de que as modelos vivem de dieta e se matam de praticar exercícios. O estudo revelou que o baixo peso é conseqüência da constituição física que essas jovens possuem.

Para analisar as condições de saúde das modelos, a pesquisadora Regina Célia Denadai Madeira selecionou 203 meninas durante a fase semifinal de um concurso, além de um grupo controle composto por 50 adolescentes que não exerciam a profissão. Todas tiveram peso e altura avaliados, e foram submetidas a um exame que aponta a porcentagem de gordura corporal e de massa magra, que corresponde aos ossos e aos músculos do corpo.

Levando-se em consideração apenas o IMC (índice de massa corporal = peso divido pela altura ao quadrado) cerca de 18% das modelos estavam desnutridas e quase 34% tinham um peso muito abaixo do normal. Mas apesar de apresentarem um IMC baixo ou normal, elas tinham um percentual de gordura corporal normal, e só 12% apresentaram valores baixos de gordura corporal, estando sob um real risco nutricional. A porcentagem de gordura corporal considerada normal é de 15% a 25%.

As adolescentes também responderam a um questionário com perguntas sobre prática de exercícios, ciclo menstrual e dietas. Com base no questionário, a pesquisadora verificou que as modelos praticavam menos atividade física e realizavam mais dietas do que as meninas do grupo controle. No entanto, ambos os índices eram baixos, o que demonstra que essas ações não interferem de forma significativa na composição corporal das modelos. A conclusão é que as características de peso, massa magra e percentual de gordura das modelos são de caráter constitucional.

O pediatra e especialista em nutrição do adolescente Mauro Fisberg, orientador da pesquisa, alertou que, caso a adolescente não esteja próxima ao padrão exigido pelas agências e resolva modificar a vida e o corpo para isso, pode correr riscos, como o desenvolvimento de anorexia, bulimia e compulsão. Isso não quer dizer, no entanto, que as meninas que sonham em ser modelos, mas estão acima do peso, não podem tentar a carreira. “O importante é que a jovem procure meios saudáveis de emagrecer e tentar atingir o padrão exigido pelas agências, desde que esse padrão seja adequado para ela”, concluiu Regina.

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