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Dieta rica em peixes gordurosos reduz o risco de asma à metade

24 de Dezembro de 2002 (Bibliomed). Os resultados de uma pesquisa britânica reforçam o argumento de que o estilo de vida pode ser uma das causas do aumento da ocorrência de asma. “Vários estudos sugerem haver uma associação entre o consumo de determinados alimentos e a redução da incidência de asma. Essa pesquisa demonstrou que existe uma possível associação entre o consumo de peixes oleosos, frutas frescas e magnésio (nutriente encontrado em frutas frescas e legumes, mas eliminado com o cozimento) e a redução de taxas de asma”, afirmou a National Asma Campaign, organização não-governamental que auxilia os portadores da asma.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, avaliaram 770 voluntários que participavam de um estudo de longo prazo sobre os efeitos da dieta sobre o câncer, chamado European Prospective Investigation of Cancer (Levantamento Europeu do Câncer). Os entrevistadores fizeram perguntas sobre o diagnóstico de asma a cada participante e pediu detalhes sobre a dieta e o estilo de vida dos voluntários. Os resultados revelaram que 333 pessoas haviam apresentado dificuldade respiratória nos doze meses anteriores à pesquisa, enquanto 437 não tiveram esse sintoma. Aproximadamente 12% dos voluntários saudáveis informaram comer peixes ricos em gordura – como salmão, cavalinha e arenque – pelo menos duas vezes por semana.

Apenas 7,5% dos asmáticos relataram ter o mesmo hábito. Após levar em consideração outros fatores de risco para asma, como o índice de massa corporal, a classe social e o tabagismo, os pesquisadores constataram que o consumo regular de peixe praticamente reduziu à metade o risco de apresentar crises de asma, dificuldade respiratória e aperto no peito ao acordar. “Esses dados reforçam a hipótese de que o consumo regular de peixes oleosos pode proteger contra asma sintomática”, informaram os pesquisadores durante encontro da Sociedade Torácica Britânica, em Londres.

Ainda não se sabe como os ácidos graxos poliinsaturados presentes nesses peixes protegem contra o desenvolvimento da asma. Os cientistas acreditam que essa dieta poderia reduzir a produção de prostaglandinas, substâncias associadas à constrição das vias aéreas. A ingestão de peixes oleosos parece proteger ainda contra doenças cardíacas, artrite e outras enfermidades. Entretanto, o governo britânico recomenda que a população limite o consumo de peixe a uma porção semanal, uma vez que sua carne pode conter altas concentrações de metais pesados, como mercúrio e o poluente dioxina.

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