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Brasil cultiva planta para combater malária

07 de Agosto de 2002 (Bibliomed). Pesquisadores do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp, em São Paulo, alcançaram recentemente o know-how que só a China detinha para a produção de um dos remédios mais eficazes no tratamento da malária. Desde 1988, eles vinham estudando a Artemísia annua, uma planta de origem chinesa utilizada há pelo menos 15 séculos no combate à doença. Recentemente, o Brasil desenvolveu um pacote tecnológico, que inclui pesquisas de adaptação climática, produção e atividades farmacológicas da planta, além da negociação do repasse do produto para a indústria. A Fiocruz é uma das mais interessadas, pois importa a substância para a produção do medicamento.

A etapa mais difícil da pesquisa foi conseguir cultivar a Artemísia annua na região de Campinas, já que essas plantações geralmente são feitas em clima temperado de países como a China e do sudeste europeu. "Chegamos a uma árvore de dois metros de altura com bastante teor da artemisinina", comemorou a pesquisadora Mary Ann Foglio. A árvore também possibilitou a extração dos derivados arteméter e artesunato de sódio – duas alternativas seguras e eficazes no tratamento da malária, que por serem solúveis em óleos e água permitem a aplicação na forma endovenosa e intramuscular. O medicamento tradicional é aplicado em forma de supositório. "Os estudos ainda identificaram a planta como rica em princípios ativos que podem levar a descobertas no combate ao câncer, úlcera e determinados fungos e bactérias", acrescentou a pesquisadora Vera Rehder.

A malária é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Anopheles. A cada ano são registrados 500 mil novos casos no Brasil, levando cerca de dez mil pessoas ao óbito. Esses índices são superiores aos da Aids, e fazem da malária a infecção humana mais devastadora.

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