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Dengue pode ser transmitida por outro mosquito

03 de Abril de 2002 (Bibliomed) - Além do Aedes aegypti, outro mosquito preocupa cientistas brasileiros que estudam formas de combate à dengue. Trata-se do Aedes albopictus, de origem asiática, que também pode atuar como vetor, transmitindo o vírus da dengue. No Brasil, não se tem notícia de nenhum caso de dengue transmitido pela espécie. Porém, já foi encontrada em solo brasileiro uma larva do Aedes albopictus infectada com o vírus da dengue.

Na Ásia, o mosquito já causou epidemias da doença. Para evitar que o Brasil seja pego de surpresa, pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) estão estudando os hábitos do Aedes albopictus. Os cientistas já sabem que o mosquito chegou ao País há 16 anos, infestou metrópoles como São Paulo, e é capaz de se infectar com o vírus da dengue e transmiti-lo a outros animais. O que se pergunta agora é porque isso ainda não aconteceu no Brasil.

Segundo o professor Delsio Natal, o Aedes albopictus não se alimenta apenas do sangue humano, mas também de vários animais. Essa característica talvez explique porque o mosquito ainda não contaminou seres humanos no Brasil. O problema é que essa contaminação pode ser uma simples questão de tempo.

“O Aedes albopictus é uma espécie muito resistente, que não faz parte de nossa flora natural e tem grande capacidade de adaptação”, explica Natal. É justamente essa capacidade de adaptação que preocupa os cientistas. “Não sabemos como o mosquito vai se comportar no futuro, mas ele poderá vir a causar muita dor de cabeça”, alerta o pesquisador.

Do ponto de vista biológico, o Aedes albopictus é bastante semelhante ao Aedes aegypti. Todos dois precisam de água limpa e parada para se reproduzir. A principal técnica de combate aos mosquitos, então, seria a mesma: eliminar os criadouros. O Aedes albopictus, porém, não é um mosquito tipicamente urbano como o Aedes aegypti. O vetor em potencial da dengue vive também nas áreas rurais e silvestres brasileiras. “A erradicação do Aedes albopictus é praticamente impossível porque ele explora um ambiente muito vasto. Daí a necessidade dos estudos”, afirma Natal.

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