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Consumo do tabaco vai aumentar ocorrência de doenças crônicas

01 de abril de 2002 (Bibliomed). Um alerta foi feito durante o 5º Congresso Brasileiro de Epidemiologia pelo especialista britânico Michel Coleman, docente na London School of Hygiene and Tropical Medicine. Coleman chamou a atenção dos profissionais brasileiros sobre os avanços no consumo do tabaco e nas conseqüências que isto vai trazer nos próximos anos. O professor fez um apelo para que os países adotem uma política global contra o cigarro que, em 1990, foi responsável por um sexto das mortes registradas.

O aumento no consumo, no entanto, deve garantir ao tabaco a responsabilidade por um terço das mortes em cerca de 20 anos. Além dos riscos de crescimento da ocorrência do câncer, o tabaco também favorece o aparecimento e o agravamento de outras doenças, como a hipertensão e problemas cardíacos.

Atrás do vício do cigarro, existe uma indústria cada vez mais poderosa e que investe milhões nas propagandas que cativam o público. Na maior parte das vezes, o consumidor desconhece por completo quais são os riscos trazidos pelo produto. O governo gasta com as internações e os atendimentos médicos de pacientes vítimas do tabaco mas, por outro lado, também recebe os valores referentes aos impostos do produto. Coleman acredita que a publicidade do cigarro tem aumentado a cada dia, sem controle. Com o envelhecimento da população mundial e o aumento do consumo do tabaco, sobretudo nos países subdesenvolvidos, o professor acredita em uma ampliação da ocorrência de doenças crônicas.

Como parte das estratégias para aumentar seu número de consumidores, a indústria tabagista anunciou, recentemente, o desenvolvimento dos cigarros modificados geneticamente, com teores de nicotina mais baixos. O tabaco biotecnológico, como está sendo chamado, foi modificado para bloquear a produção de nicotina nas raízes das plantas. O produto deve ser comercializado, inicialmente, pela empresa Vector Group. Além do teor de nicotina mais baixo, o tabaco biotecnológico parece não apresentar grandes riscos ao meio ambiente.