Notícias de saúde

Epidemia de dengue preocupa autoridades de saúde e ameaça São Paulo

Belo Horizonte, 26 de Fevereiro de 2002 (Bibliomed). O número de casos de dengue no Rio de Janeiro pode ser bem maior do que as estatísticas oficiais apontam até agora. Apesar do último balanço ter pouco mais de 18 mil registros, há 7 mil exames prontos no laboratório Noel Nutels, responsável pelos diagnósticos, que não foram procurados pelos hospitais e, conseqüentemente, ainda não incluídos nas notificações. Nos últimos dois anos, 40 mil diagnósticos de dengue foram incinerados porque não foram buscados pelos hospitais. Apenas este ano, mais de 33 mil amostras de sangue já foram enviadas ao Noel Nutels - cerca de 4,5 mil referentes ao período de Carnaval.

Para amenizar o problema e permitir uma visualização real dos números da dengue, o governo do Estado e a Prefeitura do Rio de Janeiro estão elaborando um esquema de entrega de exames. O esquema será usado quando os hospitais não buscarem o material no prazo de uma semana. Cada exame leva 24 horas para ficar pronto. O Estado do Rio de Janeiro enfrenta sua maior epidemia desde 1991, quando foram registrados 34 mil casos da doença em janeiro e 24 mortes.

Este ano, mais de 10 mil casos já foram notificados no primeiro mês do ano. A Secretaria Municipal tem 7,6 mil casos notificados, com 142 casos do tipo hemorrágico. Em São Paulo, a Secretaria Municipal admitiu que haverá uma epidemia da doença. A cidade tem focos do mosquito e um número crescente de casos. Para orientar a comunidade, um serviço telefônico foi ampliado (0800-772 0988). A Secretaria também vai realizar palestras em escolas e distribuir material informativo. Mais de 2 milhões de visitas já foram feitas em domicílios da cidade. A administração municipal é defensora da lei que permite aplicar multas nas pessoas que não eliminam os focos para a proliferação do Aedes aegypti. Um dos objetivos da prefeitura é adquirir uma máquina para triturar pneus velhos.