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Indígenas recebem tratamento odontológico na própria aldeia

Belo Horizonte, 24 de Setembro de 2001 (Bibliomed). Eles mascam folhas e usam fibras e espinhos, ao invés de pasta de dente e fio dental. Os tradicionais hábitos dos índios brasileiros não são suficientes, no entanto, para garantir a saúde de dentes e gengivas. Depois de enviar dentistas às aldeias indígenas, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) quer identificar os problemas bucais que mais acometem os índios.

O objetivo é aprimorar o atendimento odontológico oferecido, de acordo com as necessidades próprias de cada comunidade. Todo paciente indígena terá sua ficha odontológica catalogada no Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi). Através do cruzamento de dados, a Funasa espera orientar melhor a continuidade dos trabalhos das equipes de saúde.

A atuação dos dentistas nas aldeias tem etapas individuais e coletivas. Primeiro são atendidos os casos de urgência, em que o paciente sente dor. Depois, toda a comunidade apreende a escovar os dentes com pasta fluoretada, recebe aplicação de flúor e outras lições sobre saúde bucal. Os procedimentos individuais incluem extrações dentárias, remoção de tártaro, polimento e restaurações. Por último, os odontólogos fazem os tratamentos especializados, como de canal, de gengivas e colocação de próteses dentárias.

Os dentistas estimulam os hábitos de higiene próprios de cada etnia, mas a aplicação de flúor é necessária em razão da mudança de hábitos alimentares em várias aldeias. Segundo a Funasa, quanto maior o contato com os não-índios, maior a incidência de problemas dentários entre os indígenas.

Antes de iniciar o trabalho, os profissionais recebem capacitação específica que inclui noções de antropologia, política de saúde indígena, saúde pública e atualização técnica. O objetivo é aproximar o dentista da cultura indígena para facilitar a interação na aldeia, já que ele permanece cerca de três semanas, por mês, em áreas indígenas.