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Médico que realizou o primeiro transplante de coração morre no Chipre

Belo Horizonte, 05 de Setembro de 2001 (Bibliomed). O médico sul-africano Christian Barnard, primeiro cardiologista a realizar um transplante de coração no mundo, em 1967, morreu no último domingo, no balneário de Paphos, na ilha de Chipre, onde passava férias.

Dr. Barnard, que tinha 78 anos, virou celebridade após a cirurgia, que transferiu o coração de uma jovem de 25 anos que havia morrido em um acidente de carro para o comerciante Louis Washkansky, um paciente diabético de 53 anos.

A operação foi feita no Hospital Goot Schuur, na Cidade do Cabo. Louis sobreviveu pouco mais de dez dias, já que o órgão transplantado foi rejeitado. Apesar da morte do paciente, a intervenção – inédita na ocasião – foi o suficiente para transformar o cardiologista em uma lenda.

No domingo, o Dr. Christian Barnard desmaiou à beira da piscina de um luxuoso resort. Outro médico tentou aplicar a técnica da respiração boca a boca, sem obter sucesso. O cardiologista morreu assim que chegou ao hospital.

A causa da morte, ao que tudo indica, pode ter sido um ataque cardíaco. Entretanto, a suspeita só deve ser confirmada após a divulgação do resultado da autópsia, realizada por um médico-legista vindo da Áustria.

Desde 1987, o cardiologista não fazia mais operações, por sofrer de artrite reumatóide. Além da notoriedade pelo primeiro transplante, Barnard ficou famoso também pelas conquistas amorosas, entre elas Sophia Loren e Gina Lollobrigida.

O cardiologista chegou a ser eleito um dos homens mais bonitos do mundo. Diversas vezes, o médico foi convidado para festas de princesas como Grace de Mônaco e Diana.

O próprio cardiologista admitia que preferia uma mulher ao Prêmio Nobel. Barnard foi casado três vezes – duas delas com mulheres com menos de 20 anos – e teve seis filhos. O último casamento acabou em 1999.

Na ocasião do primeiro transplante, muitas pessoas consideravam a cirurgia antiética. Os médicos não tinham garantias de que o coração sadio iria trazer benefícios para o paciente.

Após o desenvolvimento de drogas potentes contra a rejeição, a técnica usada por Barnard se tornou rotineira. Até hoje, estima-se que 40 mil pessoas já foram submetidas a transplantes de coração.

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