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Doação Inaugura Ação da Central Nacional de Transplantes

SÃO PAULO (Reuters) - O primeiro transplante de órgão coordenado pela Central Nacional de Transplantes foi realizado na terça-feira no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), informou o diretor do Departamento de Redes e Sistemas Assistenciais do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame.

Cláudia Regina Guerra, de 31 anos, recebeu o fígado doado por uma jovem de 22 anos, que morreu na segunda-feira de aneurisma em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Internada no Hospital das Clínicas há alguns dias em estado de coma, Cláudia foi a primeira beneficiada pelo trabalho da recém-criada central. Ela sofria de insuficiência hepática.

O transplante foi realizado pelo cirurgião Paulo Massarolo, do Departamento de Cirurgia Experimental da FMUSP, e foi concluído no final da tarde de terça-feira.

Os órgãos da jovem de Campo Grande foram captados na segunda-feira pela Central Nacional de Transplantes. A central, que funciona 24 horas no Aeroporto Internacional de Brasília, articula a captação e a distribuição dos órgãos, de acordo com as regiões e a lista única de receptores por ordem de inscrição e compatibilidade.

A primeira captação da central beneficiou três pacientes, além de Cláudia. Segundo Beltrame, a operação da Central, que ele considerou um sucesso, pode ajudar nove pessoas. "Mas é importante ressaltar que nada disso teria ocorrido se não fosse a disposição da família da paciente de Campo Grande", disse Beltrame.

Além do fígado usado em Cláudia, os rins da doadora foram destinados a dois receptores, um do Hospital das Clínicas e o outro da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), informou Beltrame. As duas córneas ficaram em Campo Grande e uma já foi transplantada. O médico explicou que as válvulas do coração da doadora foram encaminhadas ao Instituto do Coração (Incor) e poderão beneficiar mais quatro pacientes.

A Central, criada no dia 16 de agosto, faz parte de uma série de medidas do governo para tentar ampliar a captação de órgãos, segundo Beltrame. "Existe um potencial grande (com a Central) de se aumentar a captação, mas o mais importante é poder contar com a solidariedade das pessoas em autorizar as doações", disse.

Para este ano, o governo destinou 150 milhões de reais a serem usados em transplantes de órgãos.

Atualmente, mais de 24 mil pessoas estão esperando por um transplante na lista nacional de receptores, sendo que 15.900 para rins, 7 mil para córneas, 1.182 para fígado, 204 para coração, 42 para pulmão e 23 para pâncreas, segundo dados do governo.

Sinopse preparada por Reuters Health

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