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Empresa quer convencer famosos a patentear DNA

Belo Horizonte, 28 de Agosto de 2001 (Bibliomed). O futurismo está se misturando ao real e deixando as pessoas confusas. Em uma jogada de ousadia, uma empresa dos Estados Unidos está tentando convencer pessoas famosas a requerer os direitos de patente sobre seu próprio DNA.

A alegação do DNA Copyright Institute, de São Francisco, é que artistas, músicos e estrelas devem se precaver e criar provas para serem usadas em possíveis ações futuras nos tribunais, caso algum cientista decida clonar essas pessoas sem autorização.

Apesar de a maioria dos cientistas não aprovar a idéia de clonagem de seres humanos, o fundador da companhia, Andre Crump, acredita que a técnica será acessível e fácil de se fazer no futuro, assim como é hoje a fertilização in vitro. Esse processo consiste na fecundação de células reprodutivas masculina e feminina em laboratório, com posterior transferência de embriões.

Para se tornar corriqueira a clonagem de humanos, basta que se descubram todos os detalhes sobre o procedimento, argumenta Andre Crump. Ele diz que o material genético para clonar uma pessoa poderia ser obtido com facilidade.

Por isso, o DNA Copyright Institute está oferecendo a seus clientes a oportunidade para que façam um teste de DNA, cujos resultados depois podem ser patenteados. O pesquisador alega que, assim, a pessoa ficaria protegida judicialmente em caso de duplicação de carga genética.

A iniciativa da empresa amplamente criticada por outros pesquisadores tomou fôlego depois que os médicos italianos Severino Antinori e grego Panayotis Zavos anunciaram planos de clonar seres humanos ainda em novembro.

A idéia é realizar o processo de clonagem em casais estéreis, que não conseguem ter filhos. Cientistas de todo o mundo temem que os recém-nascidos clonados, se sobreviverem, apresentem anomalias genéticas graves.

O próprio doutor Severino Antinori admite essa possibilidade, mas alega que irá realizar mais de uma clonagem para evitar o problema – o que não convenceu autoridades de saúde, as Nações Unidas e nem mesmo o Vaticano.

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