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Abuso de remédios dificulta o combate às doenças

Belo Horizonte, 20 de Agosto de 2001 (Bibliomed). Uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns – a gonorréia – está ficando resistente aos remédios usados em seu combate. Segundo o Serviço de Laboratórios e Saúde Pública (PHLS) da Grã-Bretanha, a bactéria causadora da gonorréia tem se mostrado cada vez mais resistente aos antibióticos.

Os resultados da avaliação feita pelo documento demonstraram níveis significativos de resistência à penicilina e ciprofloxacina, dois dos principais medicamentos usados no tratamento da doença, no País de Gales e na Inglaterra. Cerca de 1,8% das amostras revelaram a resistência à ciprofloxacina e 9,4% à penicilina.

Mesmo com os resultados do PHLS, os epidemiologistas britânicos afirmam que os medicamentos ainda são capazes de combater as infecções mais simples.

A resistência aos medicamentos, no entanto, diminui a eficácia dos tratamentos e reduz o número de drogas disponíveis para serem usadas contra a doença. O agravamento da gonorréia pode provocar gravidez fora do útero, problemas pélvicos e até infertilidade. Nas grávidas, as complicações podem ser o aborto espontâneo e o parto prematuro.

A doença é mais comum em homens entre 20 e 24 anos, e em mulheres entre 16 e 19 anos, além de gays e bissexuais. Dados britânicos apontam que esses foram os grupos que apresentaram um aumento na incidência da doença de cerca de 45% de 1994 até 2001.

A gonorréia pode ser transmitida por sexo oral, anal ou vaginal. Em alguns casos, os sintomas podem não ser aparentes, facilitando a transmissão. Em outros, a pessoa doente pode sentir forte ardência ao urinar e a presença de pus ou sangue na urina.

A resistência a medicamentos também foi um problema constatado pela Comissão Européia, que observou um abuso no uso dos antibióticos. Para reverter a situação, a Comissão propôs diversas medidas de controle.

Uma das sugestões foi a de instaurar uma estratégia comunitária contra a ameaça à saúde decorrente dos agentes antimicróbicos (todas as substâncias usadas para destruir ou limitar o crescimento de microorganismos), como bactericidas, antivirais, antimicróbicos e antiparasitários.

Em Bruxelas, foi aprovada uma proposta de recomendação para a criação de uma lei que estimule o uso prudente e moderado dos agentes antimicróbicos na medicina humana. Na medicina humana, em particular, o uso inadequado ou abuso dos antibióticos preocupa os especialistas, já que favorece o desenvolvimento de organismos mais resistentes.

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