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AIDS preocupa cidades menores

São Paulo, 26 de Junho de 2001 (eHealthLA). A aprazível e "européia " Blumenau anda assustada. Somente neste ano, foram registrados 170 novos casos de AIDS e a saúde municipal acredita que se todos os contaminados passassem pelo Hospital Dia o número seria ainda maior. Em São Paulo os números absolutos são maiores, mas o que preocupa é a relativização do crescimento.

De acordo com o Ministério da Saúde, Santa Catarina tem 27,2 portadores para cada grupo de 100 mil habitantes, em faixa inferior a um ano. Já em São Paulo, o número cai para 23,9, enquanto o Rio Grande do Sul atinge 35,4.

Em Blumenau, interior de Sta. Catarina, há 794 portadores de HIV cadastrados no ambulatório DST-Aids do Hospital Dia. Em setembro de 1999, eram 536 os atendidos na policlínica, com uma média de 10 novos cadastrados a cada mês. Somente no mês passado, 24 portadores novos recorreram à clínica. Há dois anos, a estrutura de atendimento contava com 10 profissionais, número hoje insuficiente para atender a todos os pacientes.

O número oficial de portadores de HIV poderia ser ainda maior caso todos procurassem o ambulatório, que presta assistência médica, psicológica e odontológica. Maria Regina lembra que, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), para cada pessoa consciente de ser soropositiva, há outras 10 que têm o vírus HIV mas desconhecem a própria situação.

O crescimento é sensível em outros organismos. A Associação Blumenauense de Apoio e Prevenção à Aids (Abapa), que recebia uma média de cinco novos portadores do HIV por mês, foi surpreendida com mais oito em maio.

De um cadastro de 120 soropositivos auxiliados em 2000, a Abapa passou a acompanhar 140 pessoas desde maio. A entidade também fornece atendimento social e psicológico, além de distribuir alimentos não-perecíveis, produtos de higiene pessoal, roupas e calçados usados.

O leite em pó é um dos mais importantes itens que os cadastrados recebem a cada mês. Ele serve como reforço à alimentação. Também ajuda a diminuir os efeitos colaterais da medicação anti-retroviral, conhecida como coquetel de medicamentos. O crescimento dos registros em Blumenau preocupa tanto que estimulou a criação, no mês passado, da Comissão Municipal de Aids. O objetivo desta junção de forças é coordenar o trabalho e articular as iniciativas relacionadas à doença.

O aumento do número de registros em Blumenau pode ter origem na mudança do perfil dos portadores, ocorrida durante os anos 90. Agora são as mulheres monogâmicas, casadas ou dentro de firmes e longos relacionamentos, as que correm maior perigo. No ambulatório municipal estão registradas 310 mulheres e 484 homens.

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