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Músculos, Peso e Ossos São

01 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). Pais e mães podem fazer as crianças comer quilos de espinafre e beber litros e litros de leite na esperança de que, assim, cresçam mais e mais fortes, mas tudo indica que o destino dos músculos e ossos pode estar selado antes mesmo do bebê ser capaz de dar sua primeira mordida.

Um estudo com 143 pessoas em torno de 70 anos de idade verificou que o peso do bebê ao nascer está associado ao peso, densidade óssea e massa muscular do adulto, independentemente do fato de ter fumado, consumido bebida alcoólica, feito exercício ou ingerido cálcio.

Essas conclusões "corroboram as evidências de que o crescimento ósseo e muscular pode ser determinado por influências genéticas e ou ambientais" antes do nascimento, informaram pesquisadores na edição de janeiro do Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism.

"Nossos dados sugerem que é preciso ampliar os cuidados com a saúde materna, particularmente durante a gestação, para que a função dos músculos esqueléticos da próxima geração possa ser maximizada", disse Cyrus Cooper, um dos autores do estudo.

A pesquisa não verificou uma forte associação entre peso ao nascer e gordura corporal ao longo da vida.

De acordo com a equipe chefiada por Catharine R. Gale, do Hospital Geral de Southampton, Grã-Bretanha, as conclusões indicam que os sistemas metabólico e hormonal são programados no útero e parecem definir o desenvolvimento dos tecidos muscular e adiposo.

Cooper explicou que cerca de 25 por cento da variação na massa muscular entre pessoas de 60 a 70 anos, do norte do país, região onde o estudo foi realizado, poderia ser consequência de diferenças do peso ao nascer.

"Isto sugere que o potencial para reduzir o risco de fraturas por osteoporose e outras doenças associadas à fragilidade, por meio de intervenções precoces ou mesmo na geração anterior, pode ser bem maior do que imaginávamos", explicou o pesquisador.

A tese é polêmica, mas vários estudos verificaram que bebês que não ganham muito peso no primeiro ano de vida têm ossos menos densos quando adultos. Eles crescem menos na infância e têm um risco maior de fraturas de quadril quando idosos. Crianças prematuras parecem ter ossos menores e menos densos no fim da infância.

As conclusões do estudo sugerem que o tamanho ao nascer e o risco de desenvolver osteoporose, doença que enfraquece os ossos, na velhice são controlados de alguma forma pelo ambiente no útero e não apenas pelos genes, concluíram os pesquisadores.

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